15 de Março – Um Grito pela Democracia

Não é difícil entender: quando seu corpo adoece por causa de um determinado órgão corporal que está afetado, sua reação é a busca da cura desse problema. Não é?

A saúde da democracia no Brasil vai mal. E um dos órgãos mais afetados pela doença é o Congresso Nacional.

Embora eleito pelo povo nos termos das normas constitucionais e legais, o sistema favorece a chegada às cadeiras parlamentares de cidadãos que ignoram a missão que receberam e em nome de qual interesse devem agir. Uma vez investidos do mandato parlamentar, o povo passa a ser mero instrumento retórico para eles.

O interesse público que deveria ter 513 defensores da Câmara e 81 no Senado Federal acaba sendo deixado de lado pela maioria absoluta dos congressistas.

As provas disso estão aí aos montes: da carteirinha estudantil gratuita ao DPVAT, há sempre um ou vários deputados e senadores preparados para atuar contra o interesse popular e favorecer alguma corporação poderosa.

Isso também fica claro na atuação dos presidentes de ambas as casas, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, que exercem o mandato recebido de seus pares na mesa diretora como se o interesse dos parlamentares e das panelinhas de privilegiados que representam fosse a razão de ser da cadeira que ocupam, ignorando o mandato que receberam do povo. Maia e Alcolumbre são representantes de grandes corporações e nada mais do que isso.

O que o povo quer é dizer aos deputados e senadores: defendam o interesse do povo e não o de seus grupos.

As manifestações que estão sendo convocadas e organizadas pela sociedade civil têm como motivação a revolta popular contra o desvirtuamento das instituições democráticas que, tal qual um órgão doente afeta a saúde corporal, estão afetando a saúde da democracia brasileira.

É mero jogo de palavras dizer que as manifestações do dia 15 de Março são contra a democracia. Seria como dizer que um remédio em um corpo doente age para matá-lo e não para curá-lo. É preciso ser um idiota ou um canalha para ficar repetindo essa conversa.

Eles debocham da inteligência dos brasileiros com essa mentira que repetem à exaustão. Querer uma democracia saudável não é pregar sua destruição, é precisamente o contrário.

Querer que o Congresso trabalhe para aquilo que foi instituído é a única defesa possível do Parlamento. Isto é defender a democracia, ao contrário do que fazem os canalhas que estão gritando contra uma manifestação popular legítima.

Para finalizar, destacamos que a grande imprensa e a maioria dos parlamentares estão unidos contra as manifestações do dia 15 de Março. É preciso dizer mais alguma coisa a favor dos atos que estão sendo convocados?