A diocese de Nova Iguaçu chega aos 61 anos nesta sexta-feira, 26 de março. Lamentavelmente, a praga chinesa nos impediu de celebrar no ano passado o nosso jubileu de diamante e, tampouco este ano haverá qualquer celebração pública.
Sendo assim, celebremos virtualmente o presente que nos deu o Santo Padre São João XXIII naquele março de 1960 quando, através da bula Quandoquidem Verbis, entregou ao povo cristão da Baixada Fluminense uma diocese e um bispo para chamarem de seus.
E a caminhada começou com Dom Walmor Battú que desempenhou o duro trabalho de iniciar a administração diocesana de um território tão grande. Seu governo foi breve e D. Walmor foi substituído por D. Honorato Piazera, cuja memória anda tão esquecida entre os católicos iguaçuanos, mas que teve papel fundamental na construção dos alicerces da nossa vida diocesana.
D. Honorato permaneceu de 1961 a 1966, quando chegou a Nova Iguaçu o sergipano D. Adriano Mandarino Hipólito, controvertido bispo que, a despeito do juízo que se possa fazer da sua atuação episcopal, foi aquele que imprimiu o carisma da Igreja em Nova Iguaçu.
É inegável que D. Adriano é uma figura histórica não apenas da Igreja local, mas da Igreja Católica no Brasil, para o bem ou para mal – a depender da forma que cada católico enxergue a caminhada da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Aqui estamos descrevendo breve e objetivamente a nossa história em linhas superficiais.
A vida da Igreja Católica na Baixada Fluminense sob D Adriano exige uma grande pesquisa e daria certamente um livro fundamental para entender diversos fenômenos sociais do Brasil nos últimos cinquenta anos, sejam eles políticos, sociais ou religiosos.
Fica a sugestão aos pesquisadores, de preferência os que possam fazer o trabalho com distanciamento, sem relação de amor ou de rejeição ao bispo e às suas ideias.
O governo de D. Adriano foi longo e chegou perto dos 30 anos. Era ele o bispo quando nasci e a lembrança mais remota que tenho dele é na minha primeira comunhão.
Quando D. Adriano sai do comando de nossa diocese, sua ausência é formal, porém sua presença seguia viva. O outro nome da Igreja de Nova Iguaçu era D. Adriano. Sua marca estava tatuada na vida da Igreja de Nova Iguaçu.
Para seu lugar chega um bispo de perfil bem diferente do seu. D. Werner Siebenbrock permaneceu em Nova Iguaçu por sete anos, porém não conseguiu dar o seu encaminhamento para uma diocese que tinha um ex-bispo como D. Adriano.
E no lugar de D. Werner assume aquele que talvez tenha sido o homem ideal para aquele momento. A despeito do desconforto que me causavam algumas atitudes e comportamentos de D. Luciano Bergamin, reconheço que ele foi o homem certo para aquele caldeirão que encontrou.
Com seu jeito de padre de aldeia, colocou a diocese no colo e a acalmou. Foi homem de diálogo com os católicos de todas as linhas e também com os líderes de outras religiões. Não resolveu todos os problemas, mas conseguiu alguma unidade em uma Igreja tão dividida e que sangrava com a evasão de católicos rumo às congregações protestantes desde os tempos de D. Adriano.
D. Luciano se aposentou em 2019. Em seu lugar assumiu D. Gilson Andrade. Em comum, algo muito importante: ambos são torcedores do Fluminense. Brincadeiras à parte, podemos dizer que D. Gilson também tem espírito conciliador. Mas ainda enfrentará desafios que enfrentaram D. Werner e D. Luciano. É um livro em branco que ainda está sendo escrito.
Nestes 61 anos da “diocesis neo iguassuensis” peçamos aos nossos padroeiros, a Bem Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus, Senhora da Piedade e Santo Antônio de Lisboa para que alcancem do Espírito Santo de Deus a paz, a unidade e a vivência na Fé revelada por Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo para os cristãos de Nova Iguaçu e das demais cidades que compõem nosso território diocesano.