O deputado estadual fluminense Marcio Gualberto (PSL) em uma fala despretensiosa na semana passada fez a seguinte afirmação:
“Existem preconceitos que são benéficos”.
Imediatamente manifestaram-se os preconceitos maléficos da imprensa, sempre pronta para distorcer ou explorar a ignorância.
Marcio Gualberto referia-se à tese desenvolvida pelo psiquiatra inglês Theodore Darymple em seu livro “Em Defesa do Preconceito”.
Darymple demonstra em sua obra que há ideias pré-concebidas que são legítimas e estão a serviço do bem, como quando uma mãe orienta um filho pequeno para que ele não aceite nada de estranhos. Ao indicar para a criança que pessoas estranhas não são confiáveis, a mãe pretende proteger seu filho – ainda que entre as muitas pessoas estranhas exista uma maioria de pessoas boas – e não fazer com que ela odeie as pessoas que desconhece.
O termo “preconceito” no sentido ordinário, como é usado no dia a dia, remete à ideia de discriminação odiosa. Por esse ponto de vista a declaração do deputado poderia ser criticada. Mas, diante do espanto que a declaração causou naqueles que ignoram a obra de Theodore Darymple, o dever jornalístico deveria ser de indagar ao deputado sobre o que ele pretendia dizer com aquilo. Tudo seria esclarecido e, no lugar da “denúncia” patética, o público receberia informação verdadeira.
Ao deixar o dever jornalístico de lado, o que vimos foi a manifestação do mau preconceito, da discriminação odiosa e da ignorância dos jornalistas brasileiros, combinação que faz da nossa imprensa uma máquina à serviço da militância de Esquerda. Como a frase foi dita por um deputado conservador, então trata-se inegavelmente de algo ruim, nem precisa apurar.
Dou meu testemunho de que o deputado Marcio Gualberto não apenas não é alguém que discrimina odiosamente outras pessoas. Ao contrário, é uma das pessoas que já conheci em minha vida que melhor exercem o mandamento cristão de amar ao próximo como a si mesmo.
O mundo está muito chato. Muito mi mi mi.