Não é nenhuma novidade que o ensino público municipal iguaçuano não promove histórias transformadoras na vida dos alunos. Salvo as exceções que confirmam a regra em que o prodígio individual permite a um ou a outro ir além, a estrutura do ensino básico não gera resultados que levem à alteração da desordem e da desigualdade social de nossa cidade.
É verdade que o desafio não é simples. Ao contrário, é bastante complexo. E essa complexidade exige que, via de regra, a administração tenha que trocar o pneu com o carro em movimento.
O sistema público de ensino em Nova Iguaçu consome cerca de um terço do bilionário orçamento municipal. Nos últimos dez anos, aproximadamente três bilhões de reais foram investidos nessa máquina com um retorno de longo prazo muito aquém do necessário e desejado.
Mais recursos ajudariam, porém, continuariam a mascarar o problema principal que são a falta de gestão, a falta de compromisso com a melhoria de vida dos indivíduos e, ainda, a falta de criatividade dos sucessivos prefeitos municipais.
Para citar um exemplo atual, mostraremos, por exemplo, a oportunidade jogada fora durante a pandemia do novo coronavírus
REPAROS ESTRUTURAIS BÁSICOS NÃO FORAM FEITOS
A pandemia do novo coronavírus parou o ano letivo da rede municipal de ensino na metade do mês de março, ou seja, com pouco mais de um mês de aulas. Professores, diretores, funcionários e alunos estão em casa desde então. Já se passaram seis meses e a oportunidade gerada por essa inédita paralisação não resultou em nenhum proveito.
As escolas poderiam ter recebido intervenções básicas de revisão e reforma em suas redes elétricas e hidráulicas. Pequenos reparos poderiam ter sido promovidos. A pintura das unidades, que em regra têm aparência deprimente, poderia ter sido feita.
E a quarentena não é desculpa. Os funcionários da Prefeitura não pararam de trabalhar nas obras eleitoreiras que o prefeito está promovendo na cidade. Enquanto manteve a atividade econômica parada, a Prefeitura continou pintando o muro da linha do trem e meios-fios por toda cidade.
PROFESSORES E GESTORES DA EDUCAÇÃO NÃO FORAM “RECICLADOS”
A promoção social que a Educação pública deve incentivar não pode ter como alvo apenas as crianças. Os trabalhadores do setor são cidadãos e também devem receber a atenção das nossas políticas públicas.
A qualidade do ensino depende do desempenho dos profissionais que trabalham nas atividades educacionais. E até o final de 2020 esses profissionais terão passado praticamente todo o ano em casa sem que a Prefeitura tenha feito nada para melhorar a capacitação.
Existem dezenas de cursos em plataformas de ensino à distância que poderiam ter sido contratados e ofertados aos profissionais, sobretudo aos professores da nossa rede básica. Além de melhorar o desempenho, os profissionais se sentiriam valorizados e mais seguros ainda para desempenhar seu ofício nos próximos anos letivos.
É PRECISO MELHORAR O APROVEITAMENTO DE CADA REAL INVESTIDO
Há muito espaço para avanços na Educação de nossa cidade, sobretudo porque o cenário é muito ruim. Desde a falta de respeito com os servidores do setor até à falta de compromisso com o futuro dos pequenos iguaçuanos, as sucessivas administrações municipais deixaram a quem realmente deseja trabalhar a oportunidade de mostrar bastante serviço.
A qualidade de investimento na Educação precisa melhorar. Não adianta investir mais e continuar a investir mal, como sempre foi feito. Para ficar em um exemplo: pagamos caro pela alimentação dos alunos e, no entanto, não oferecemos uma dieta nutricional satisfatória.
Com o mesmo valor investido, oferecendo segurança aos fornecedores, preocupando-se com a saúde e o crescimento das crianças, seria possível ao mesmo tempo incentivar a produção agrícola da cidade, comprando dos nossos produtores rurais e oferecendo alimentos mais saudáveis e que ofereçam as vitaminas e minerais necessários para o crescimento físico e intelectual dos pequenos iguaçuanos.
É PRECISO SUBSTITUIR OS INTERESSES PARTICULARES PELO INTERESSE PÚBLICO NA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Para aumentar a eficiência do gasto público é necessário substituir o modelo de alianças eleitorais e políticas que alçam grupos à administração municipal. Sem independência para agir em nome do interesse público e não dos interesses particulares dos amigos e financiadores do prefeito de ocasião, não é possível avançar.
O Presidente Jair Bolsonaro provou com sua vitória que é possível chegar ao Executivo sem reproduzir os velhos problemas que nos impedem de avançar. Nova Iguaçu precisa seguir o exemplo do Brasil em 2018 e eleger uma candidatura à Prefeitura que tenha projeto e compromisso apenas com o interesse do povo. Sem aventuras e sem conchavos. Sim, é possível.