O PT venceu quatro eleições presidenciais seguidas contra o PSDB com relativa facilidade (2002, 2006, 2010 e 2014). E uma das maiores contribuições para essas vitórias foi a falta de palanque para os presidenciáveis tucanos no estado do Rio de Janeiro. Nessas quatro disputas eleitorais, o petismo venceu amplamente no Rio de Janeiro. Era uma luta inglória para os tucanos. Isso traz lições para a disputa do RJ em 2026.
Em 2022, porém, Lula perdeu no Rio. O palanque de Jair Bolsonaro foi comandado pelo governador Cláudio Castro, em busca da reeleição. Lula foi proclamado eleito por uma margem pequena de votos. Não ter palanque forte no Rio de Janeiro foi uma das razões para um cenário tão apertado para o petista, diferentemente de suas duas vitórias anteriores.
LULA QUER VOLTAR A TER PALANQUE FORTE
É por isso que uma das obsessões de Lula é voltar a ter um palanque forte no estado do RJ em 2026. Para isso, ele conta com a candidatura do prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ao governo estadual.
A CANDIDATURA DA SITUAÇÃO NO RJ EM 2026
A candidatura presidencial conservadora que enfrentará Lula em 2026, também precisará de um palanque forte para manter a vitória que obteve em 2022. Para isso, tal qual Lula, os conservadores não poderão ter uma candidatura puro sangue. Seria pueril achar estrategicamente conveniente sustentar uma candidatura de um bolsonarista raiz ao governo do estado em 2026.
Alguns dos senhores leitores deve ter notado que Eduardo Paes declarou logo após a sua reeleição que era “hora de deixar a polarização de lado”. Essa sua sentença mostra claramente – para quem enxerga – qual a estratégia que a esquerda e a centro-esquerda pretendem desenvolver no estado do RJ em 2026: construir uma candidatura forte em torno de Eduardo Paes com verniz de moderação.
Jair Bolsonaro, portanto, precisará construir um palanque com aliados, sem cogitar uma cabeça de chapa bolsonarista. Não é necessário ir muito longe para confirmar a eficiência desse caminho: o atual governador Cláudio Castro, que não é bolsonarista, foi a solução encontrada em 2022 e deu certo. A força de seu palanque ajudou a garantir a vitória estadual de Bolsonaro, não pela força de Castro, que não se compara à de Bolsonaro, mas pela estrutura de campanha que o palanque estadual proporciona.
O NOME FORTE PARA VENCER EDUARDO PAES
O aliado mais forte e capaz de garantir um palanque vitorioso para uma candidatura presidencial conservadora em nosso estado é Washington Reis, ex-prefeito de Duque de Caxias. Reis tem muito mais força e prestígio na Baixada e no interior do que Eduardo Paes. Ademais, é político experiente e seu grupo político controla a poderosa cidade de Duque de Caxias, além de ter força em diversos municípios.
Uma candidatura de Washington Reis torna a Baixada e o interior fluminenses bem menos permeáveis a Eduardo Paes. Em contrapartida, embora Paes tenha tido expressiva reeleição, a capital não está impermeável a alternativas ao seu nome. Um terço do eleitorado carioca votou em seus opositores à direita para a Prefeitura do Rio.
Washington Reis conta ainda com a simpatia da maioria das forças que sustentam o governo Cláudio Castro. Não teria dificuldades para ser o candidato da máquina estadual, enquanto Paes seria o candidato da máquina da capital, muito forte, porém menor.
As candidaturas ao Senado de Flávio Bolsonaro e do atual governador Cláudio Castro completariam a força-tarefa do palanque antipetista.
Este não é apenas um cenário possível: é um cenário bastante provável. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.