A vida é um constante aprendizado. Mas essa é uma verdade apenas para os que estão abertos às lições que a vida oferece. Aqueles que já sabem de tudo, geralmente, não se beneficiam dessas lições. Afinal, já sabem de tudo, não é verdade? Desse ano de 2024 fica uma grande lição aos simpatizantes e eleitores fiéis da direita conservadora no Brasil. E eu vou contar para vocês qual é essa lição a seguir. Sigam atentos ao raciocínio.
O INIMIGO COMUM
Na última década, mais e mais brasileiros compreenderam que existe um inimigo a ser combatido: as ideias revolucionárias de esquerda que se materializam na ação de partidos, indivíduos e corporações que, não apenas defendem, mas trabalham na implantação dessas ideias.
Trata-se de um infindável número de ideias e iniciativas nocivas ao corpo social que podem ser exemplificadas aqui com algumas das mais notórias: legalização do aborto, sexualização de crianças, intervenção do Estado na economia, ampliação da dívida pública, métodos pedagógicos que emburrecem, desagregação das famílias, aumento de impostos, infiltração de doutrinas materialistas nos ambientes religiosos, etc, etc.
Resumindo: hoje muitos sabem que há um inimigo e há uma guerra. Mas não é uma guerra com armas, embates entre infantarias, mísseis e afins. É uma guerra política. Aliás, já nos ensinou Carl von Clausewitz que a guerra é a continuação da política por outros meios. E dessa sentença verdadeira podemos inferir que a política é a continuação da guerra por outros meios.
NA GUERRA SE LUTA COM UNIDADE DE COMANDO
E como fazer a guerra sem uma cadeia de comando? É possível? Alguém consegue imaginar que um dos lados de uma guerra possa vencer sem a concentração de decisões em um Estado Maior? É razoável crer que se cada soldado agir conforme suas convicções sobre qual é o melhor caminho para vencer a guerra este lado do conflito terá êxito contra o exército inimigo unido sob um comando central? A resposta é um não tão óbvio que espanta que muitos brasileiros não tenham enxergado o que vou expor a seguir.
O ERRO E A GRANDE LIÇÃO
Houve na eleição de 2024 um momento em que os soldados acreditaram que deveriam agir por conta própria e abandonar a cadeia de comando. Aliás, houve até oficiais graduados que pensaram assim. Foi um momento de grande risco para a perenidade do movimento conservador brasileiro. E só a ação da Graça de Deus explica termos evitado essa tragédia.
A ascensão de Pablo Marçal foi precisamente isso. O descontentamento dos soldados em relação ao apoio de Jair Bolsonaro a Ricardo Nunes gerou uma injustificável revolta na tropa. E muitos acharam que poderiam decidir um novo caminho. E não insistam em justificar. Não, não se justifica. E vem daí a grande lição de 2024 para os conservadores brasileiros.
Tal qual na guerra propriamente dita, na política há mais dados e detalhes do que a tropa cá em baixo pode imaginar. A decisão do alto comando pode parecer incompreensível, mas é muito mais fundamentada do que a de qualquer soldado. O alto comando tem mais informações, conhece melhor o inimigo, o campo de batalha e o arsenal de que dispomos. Para perder ou para ganhar é necessário confiar no alto comando pelo simples fato de que a chance dele estar errado são infinitamente menores do que a de que o errado sejamos nós.
A LIÇÃO NÃO É NOVA E UMA VEZ MAIS SE CONFIRMA
Desde a queda do homem no Éden há conflitos e guerras. E nessa caminhada de milhares de anos, a guerra é planejada, feita, vivida, sofrida, vencida ou perdida. Os vencedores não alcançam o êxito pela multiplicidade de decisões de seus soldados, mas pela obediência ao comando central. É assim que a esquerda age e, eventualmente vence, eventualmente perde.
Para perder ou para vencer, eles se unem sob o comando central de seu líder. Se acharmos que teremos chance de êxito contra eles agindo cada um por sua conta, sem confiar no comando central de quem tem liderado a direita na última década, estaremos fadados à servidão que o esquerdismo e as grandes corporações querem nos impor.