A Operação Lava Jato investigou e provou o esquema que ficou conhecido como Petrolão. Foi o maior caso de corrupção já exposto à luz do sol na história das democracias.
Contudo, o sistema ferido pela Lava Jato conseguiu reagir, sepultar a operação e até mesmo reverter suas decisões por conta de um grupo de troca de mensagens no Telegram que reunia membros do Ministério Público Federal e o juiz da Lava Jato.
A existência desse grupo foi usada para descredibilizar a operação Lava Jato e acabar com ela. A grande mídia fez um carnaval e até batizou de Vaza Jato essa denúncia de que procuradores e o juiz se comunicavam durante o processo.
Mas parece que o tempo mudou o critério de indignação dessa turma.
Na semana passada, mais precisamente no dia 13 de novembro à noite, o maior adversário de Bolsonaro e atual presidente da República, Lula, recebeu em sua casa o diretor da Polícia Federal, que investiga Bolsonaro, o procurador-geral da República Paulo Gonet, que poderá aceitar ou não a denúncia da PF e os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin (este último, advogado de Lula até recentemente), um trio que poderá ter que julgar Bolsonaro em breve.
Estranhamente, apenas um jornal deu essa notícia e, mesmo assim, bem de passagem. Ninguém repercutiu que o adversário de um investigado se reúna com quem o investiga, com quem poderá denuncia-lo e com quem poderá julgá-lo. A indignação desapareceu.
É curioso que tanta gente super zelosa com o Estado democrático de Direito tenha deixado isso passar sem reagir, sem questionar, sem se indignar.