Já virou clichê dizer que vivemos na era da informação e do conhecimento. E quando a verdade vira clichê, ninguém presta mais atenção nela. Em Nova Iguaçu e na maioria das prefeituras e governos, apesar das robustas ferramentas tecnológicas que nosso tempo nos presenteou, a coleta, organização e uso de dados a respeito da situação da população são mal utilizados, quando o são.
A ideia de que os recursos públicos são infinitos,
a indiferença com os problemas sociais a enfrentar e a falta de compromisso em gerar resultados efetivos na vida dos indivíduos são algumas das causas que estão nas raízes desse quadro social triste e desnecessário que nossa cidade vive.
Grande parte do povo iguaçuano que vive em situação de extrema vulnerabilidade física e material não deveria estar submetida a essa situação. Simplesmente não há motivo para isso. Os recursos são limitados, mas se aplicados de forma eficiente, poderiam produzir resultados infinitamente mais satisfatórios.
O que a população precisa? Onde estão os gargalos que impedem o cidadão de ir adiante na sua vida produtiva, familiar, profissional, intelectual, sanitária ou habitacional, por exemplo?
A partir dessas e de outras informações, saberemos onde devemos aplicar os recursos públicos de forma eficiente e baseados na demanda. Não há mais tempo a perder ficando refém da vontade e do “achismo” de quem está sentado na cadeira de prefeito ou de secretário. É preciso atuar de forma racional e eficiente.
Finalizo citando um exemplo ocorrido recentemente em nossa cidade. Em um município em que apenas metade dos domicílios estão ligados à rede de coleta de esgoto* e, portanto, onde a outra metade não tem saneamento e asfalto, sua excelência o prefeito municipal está fazendo recapeamento asfáltico de vias com piso em condições razoáveis. Não faz o menor sentido que o cidadão iguaçuano que ainda vive pisando na lama pague por um piso novo em ruas que já têm asfalto.
Esse exemplo é meramente ilustrativo da falta de organização, de critérios e de compromisso com quem mais precisa do socorro público. Outros exemplos não faltam. E já não há mais como continuar assim.
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* Dados da Câmara Municipal de Nova Iguaçu. Clique aqui para conferir.