A reeleição do Governador Cláudio Castro no primeiro turno é fato de grande relevância não apenas pelo feito eleitoral em si, mas para ponderarmos sobre a identidade da política fluminense de agora em diante.
Castro é precedido de 40 anos trágicos de governos de esquerda e centro esquerda que transformaram um próspero estado brasileiro resultante da fusão com a Guanabara em uma máquina falida, escorada basicamente, em um setor industrial, o do petróleo, com péssimos resultados na aprendizagem e que tornou-se um “hub” do tráfico internacional de drogas, produzindo como efeito outras tantas mazelas.
Esse cenário é resultante de escolhas erradas do seu próprio povo que apostou no populismo brizolista do próprio Brizola, de Garotinho e Rosinha e na cleptocracia do grupo de Sergio Cabral associado ao petismo. Os dois principais grupos que governaram os destinos fluminenses prometeram o céu e entregaram o inferno.
Com a eleição do excêntrico Wilson Witzel parecia que a política fluminense inauguraria um ciclo diferente, mais à direita. Witzel não tardou a decepcionar. Não apenas pelas suspeitas criminais que foram levantadas, mas pelo conjunto da obra formatada pela sua personalidade bizarra.
Quis a Providência, porém, que a saída de Witzel legasse ao Rio um vice surpreendentemente habilidoso que, feito governador pelo impeachment do titular, uniu diversas forças políticas do estado em apenas dois anos. Socorrido pelo governo central, não passou as dificuldades financeiras que afetaram o estado nas gestões de Pezão e Witzel, que herdaram a conta pesada deixada por Sergio Cabral, que ora cumpre uma cana que já soma 400 anos em penas de prisão.
A despeito das suspeitas de práticas reprováveis como supostos fantasmas nomeados em uma das repartições do estado, Castro reelegeu-se e ainda poupou o Rio de Janeiro de sucumbir a alternativas de esquerda como Marcelo Freixo ou Rodrigo Neves, os sucessores ideológicos dos que construíram o caos do nosso estado.
Apesar do saldo positivo, Cláudio Castro ainda é uma dúvida. E será a partir de agora que poderemos avaliá-lo de verdade. Castro tem agora um mandato conquistado nas urnas. O “parlamentarismo” que sucede aos processos de impeachment agora não formatará mais seu governo.
Não sabemos se Cláudio Castro será a transição para algo que ainda virá para se consolidar como força no futuro ou se será ele próprio o patrono de um novo ciclo político. Há ainda a possibilidade dele ser um Moreira Franco, que apenas cumpriu tabela durante seu mandato. Não sabemos se haverá um “castrismo” como houve o brizolismo e a cleptocracia de Sérgio Cabral e companhia. Estamos ainda nos primeiros capítulos dessa nova história fluminense.