O Brasil-Nação fará 200 anos daqui a exatos 600 dias. O nascimento oficial da nacionalidade brasileira se deu com a Independência do Brasil proclamada pelo Príncipe e herdeiro da coroa portuguesa, D. Pedro.
A maioria das pessoas tem a falsa ideia de que a nacionalidade brasileira é muito mais antiga, ignorando o fato de que até o grito do Ipiranga éramos oficialmente portugueses, pois essas terras americanas eram um pedaço do Reino de Portugal.
Em 1815 tivemos um “upgrade”, é verdade, alcançando a categoria de reino e integrando o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Mas foi só em 1822 que o Brasil alcançou a sua maioridade e saiu da casa dos pais. Dali em diante passamos a ser responsáveis pelo nosso destino.
Passados 200 anos, nos tornamos uma das dez maiores economias do mundo, superando em muito a nossa antiga metrópole. Tornamo-nos o celeiro do mundo, temos uma identidade nacional clara e diversificada, mantivemos a unidade do quinto maior território nacional do planeta e nos tornamos, indiscutivelmente, um dos principais países do concerto das nações.
Com a eleição de Jair Bolsonaro imaginei que iniciaríamos as celebrações do bicentenário com muita antecedência, afinal, sua escolha pelo povo brasileiro era uma vitória também sobre a guerra que os revolucionários travaram nas últimas décadas buscando manchar a História do Brasil. Se Bolsonaro é o antídoto contra a Esquerda, também deveria ser agir contra a criminalização do nosso passado e a destruição da imagem dos nossos heróis.
Até agora, porém, não tivemos nenhuma movimentação pública nesse sentido. Não pretendo criticar o governo por isso. Com um caminhão de abacaxis para descascar e uma pandemia no caminho para dificultar ainda mais as coisas, não posso esperar que Bolsonaro tenha cabeça para festas.
Todavia fica meu apelo aos seus auxiliares, em especial o Secretário Nacional de Cultura, Mario Frias e o Ministro Gilson Machado, do Turismo: vamos começar a celebrar o nosso bicentenário, mas não apenas com celebrações militares, tampouco deixando apenas para a Semana da Pátria.
A festa da brasilidade deve ser, sobretudo, cultural. Concursos nacionais de canções e obras científicas, exposições, lançamento de selos, moedas e medalhas, festas para o Dia do Fico em janeiro de 2022, promoção de circuitos turísticos relacionados à História do Brasil e o “gran finale” na Semana da Pátria do dia 1º ao dia 7 de Setembro de 2022.
O Brasil é um país jovem. Com dificuldades, erros e acertos temos construído a nossa história e devemos abandonar o espírito revolucionário que a Esquerda tem imposto aos nossos jovens nas escolas, no estudo da História e na cultura em geral. Nem a ruptura com nosso passado, nem o ufanismo ridículo. Maturidade é o que precisamos cultivar na maneira com que nos enxegamos como nação.
O Brasil é conservador e percebemos que o povo, mesmo inconscientemente, quer formar uma sociedade madura, que não nega seus erros e defeitos e quer reformar o que vai mal, mas conservando o que vai bem. Temos raízes boas, construímos coisas das quais podemos nos orgulhar, não precisamos refundar o Brasil, destruir tudo para construir o “novo brasileiro”, como pretende a ideologia sanguinária.
Quis a Providência que o Brasil chegasse a esta data jubilar com um governo patriota e conservador. Apelo ao Governo Federal que cumpra com seu dever histórico de não negligenciar a respeito dessa incumbência que Nosso Deus nos legou.