Uma das características do que chamamos de bolsonarismo é a visão de longo prazo consolidada na frase várias vezes repetidas pelo Presidente Bolsonaro: “não governo pensando nas próximas eleições, mas nas próximas gerações”.
Isso faz com que as eleições de 2020 tenham importância mais qualitativa que quantitativa. O Presidente Jair Bolsonaro não está preocupado com as eleições de novembro e com razão.
Fazer prefeitos como quem coleciona figurinhas é a reprodução de um velho costume político que reproduz problemas. E a eleição de 2018 nos deu fartos exemplos de que entre os novos nomes que se apresentaram para estar ao lado de Bolsonaro, muitos não tinham condições de estar ali. E o pior é que muitos foram eleitos ou estão na suplência.
E POR QUE PRECISAMOS GOVERNAR ALGUMAS PREFEITURAS?
Um dos grandes problemas do Brasil são os quadros políticos e gerenciais. Após cinquenta anos de hegemonia comunista ou filocomunista nas instituições públicas, no serviço público, nas universidades e na imprensa, os paradigmas de gestão e de ação política estão completamente corrompidos.
Mas a Esquerda não é o único problema. Há as tradições coronelistas e patrimonialistas que estão nas práticas da Esquerda, mas não apenas nela. A ineficiência, a indiferença à miséria, a burocracia que trava o desenvolvimento, os altos impostos e um rosário de problemas que poderíamos desfiar estão diante de nós aguardando um enfrentamento.
O MODO BOLSONARISTA DE GOVERNAR
O bolsonarismo como projeto modernizador da máquina pública exige o desenvolvimento de um modelo político e gerencial – atenção, político e gerencial, não apenas gerencial – que despetize a máquina pública municipal, digitalize os serviços públicos, promova socialmente os miseráveis, crie ambientes de negócios favoráveis à captação de investimentos, seja implacável contra todas as más práticas dos serviços públicos e não apenas contra a corrupção.
É preciso enfrentar a má formação dos servidores, melhorar a remuneração e aumentar a eficiência dos profissionais públicos ao mesmo tempo que substituamos por meios eletrônicos onde for possível a ação de servidores, enxugando a folha para melhorar a renda dos funcionários realmente necessários.
Reformar planos diretores, pensar a cidade como o espaço de desenvolvimento da família, onde pais e mães tenham no poder público um aliado e não um adversário a ser superado. O espaço urbano e os serviços públicos devem estar a serviço do bem comum, notadamente da instituição familiar.
A união com as instituições religiosas para o enfrentamento da miséria e para a promoção social dos indivíduos que vivem em extrema pobreza. Oferecer segurança jurídica para o capital privado integrar os indivíduos excluídos na economia de mercado.
A GUERRA POLÍTICA E CULTURAL TEM VÁRIOS FRONTS
A administração municipal traz desafios diferentes dos enfrentados no governo da União no âmbito da guerra cultural e política contra o totalitarismo de Esquerda e sua sanha pelo discurso único.
As ações das prefeituras são aquelas que mais rapidamente apresentam efeitos na vida social. Essa experiência deve ser integrada ao bolsonarismo para a consolidação do conservadorismo brasileiro como alternativa política e administrativa.
Não podemos nos manter apenas na defesa dos nossos valores e da luta contra a corrupção. É preciso reformar o Estado brasileiro, tirar suas garras da vida nacional e permitir o pleno desenvolvimento econômico e social.
Para isso é preciso formar quadros, desenvolver métodos e experiências que permitam a transformação da vida brasileira e a saída dessa ditadura velada que a Esquerda e o atraso impõem ao Brasil.
MAS ISSO DEPENDE DO COMANDANTE
O desenvolvimento do Bolsonarismo depende de Jair Bolsonaro, que não é uma máquina, que não pode pensar em tudo, mas que precisa delegar funções para desenvolvimento desse projeto estratégico. Não estamos falando de uma ação ousada, mas da conquista de meia dúzia de prefeituras que sejam encubadoras do modo bolsonarista de governar municípios.
O presidente pode e deve formar um “estado maior” de bolsonaristas de verdade (que são raríssimos no seu entorno) para definir onde é possível colocar esse plano em ação nas eleições de novembro. É fundamental que sejam poucas as cidades escolhidas e seria bom que ainda menos aquelas em que tenhamos êxito eleitoral. Não temos quadros para muitas prefeituras.
Pensar o Brasil no longo prazo depende muito dessa iniciativa, não tenham dúvidas.