A perspectiva de ver a chefia de Estado e de governo nas mãos de um indivíduo abjeto como Lula é perturbadora. Ao menos para quem tem princípios, é quase inimaginável um cenário desse. É compreensível que muitos cidadãos estejam convictos de que algo acontecerá para impedir essa tragédia em face da hipótese surreal. Mas, lamentavelmente, assim será a partir de 1° de janeiro de 2023.
Dizer isso não significa que eu queira isso, que eu considere isso bom ou normal. Eu preferiria que um anjo viesse do Céu e promovesse um milagre que impedisse o país de ter um sujeito recém-saído da prisão no comando do Estado, mas essa hipótese me parece improvável.
Mais improvável ainda, muito mais improvável, seria que nossos generais, brigadeiros e almirantes tirassem seus pijamas para comprar um barulho contra o sistema e a favor da nação. Os altos oficiais são parte do sistema e nunca lutariam contra ele.
Após uma dedicação quase sobre-humana à nação, é uma injustiça exigir do Presidente Jair Bolsonaro que faça mais do que já fez ou classificar de covardia sua postura pós-segundo turno. Com os meios de que dispõe, Bolsonaro fez mais do que poderia e sua trajetória é heróica.
Tentar livrar o país do comunismo lhe custou o comprometimento grave da saúde em decorrência não apenas da facada, mas do desgaste de quatro anos infernais no comando da Presidência lutando contra inimigos implacáveis.
Porém, Bolsonaro é um só. Sua coragem e a força de sua personalidade fizeram muito mais do que parecia possível tendo contra si o establishment, potências estrangeiras, a mídia mainstream do Brasil e do mundo, o crime organizado e toda a sorte de canalhas que conhecemos. Mas o que ele poderia fazer até aqui, já fez.
É ingenuidade crer que, a um comando de Bolsonaro, as forças militares irão reestabelecer a lei e a ordem. Não irão. Os oficiais não obedeceriam a esse comando de Jair Bolsonaro e, como disse o Senador Flávio Bolsonaro, essa hipótese sequer foi considerada.
Ultrapassa a covardia a declaração de um deputado de que “a postura de Bolsonaro beira a covardia”. Era de se esperar que um deputado tão próximo do presidente soubesse dos meios reais de que dispõe Bolsonaro e não trabalhasse dentro da perspectiva ingênua de uma parcela da sociedade que, horrorizada com a volta de Lula, sonha com algo que não acontecerá.
Aos irmãos brasileiros que demonstram força e resignação na luta contra o comunismo e que estão nas ruas desde 2013, eu peço tranquilidade para avaliar o cenário, senso de justiça para entender a situação do Presidente Jair Bolsonaro e lucidez para compreender que as forças militares têm em seu alto oficialato uma maioria de elementos que fazem parte do sistema tanto quanto qualquer ministro do STF.
Não há como exigir do Presidente Bolsonaro que faça um omelete sem ter os ingredientes para essa receita. Com os ingredientes de que dispunha, Bolsonaro foi até onde podia. Lutou, mesmo sabendo e avisando sobre os obstáculos que enfrentaria.
Lutamos contra um inimigo menos numeroso, mas com armas desproporcionalmente mais poderosas e sem qualquer pudor de ser desleal. E o inimigo sabia que após declarar-nos perdedores, nada poderíamos fazer pela falta de meios necessários.
Não se pode parar de lutar. O que teremos pela frente é assustador. As dificuldades serão cada vez maiores. Mas a nação brasileira só tem a si mesma para lutar contra o establishment.
Tudo o mais – ministros do STF, a maioria absoluta dos políticos, os altos oficiais das forças armadas, a grande imprensa, as grandes corporações, as universidades, os sindicatos, as famílias bilionárias, grandes bancos e as potências estrangeiras – está contra o povo brasileiro. Não adianta esperar que eles caminhem conosco ou lutem por nós. Eles são o problema.
E esse é o defeito de Bolsonaro na visão deles: Jair Bolsonaro é parte da nação e não do sistema. Ele não é “democrático” considerando essa nova atribuição dada à democracia, em que ela significa o sistema, o establishment e não o equilíbrio das forças sociais.
Seguiremos juntos o povo e Bolsonaro.