A carreira política de César Maia foi como um rabo de cavalo. Cresceu pra baixo. Começou como único nome lúcido do brizolismo e teve um grande primeiro mandato de prefeito, um dos melhores da história carioca, cheia de grandes nomes.
Passado esse primeiro mandato, escolheu um traidor para sucedê-lo. Não havia reeleição. Traído por Luiz Paulo Conde, venceu o traidor na eleição seguinte e impediu sua reeleição.
Teve mais dois mandatos como prefeito. Os dois mandatos foram prejudicados pelo trauma da traição, o que o fez se cercar de puxa-sacos incompetentes, ao contrário do seu primeiro mandato, em que era assessorado por feras.
Saiu da prefeitura desmoralizado pela máquina de destruir reputações da esquerda e pelos boicotes vindos dos governos federal e estadual de então, comandados por Lula e Cabral, respectivamente.
O rabo de cavalo continuou crescendo para baixo. Cesar Maia tornou-se vereador. E como tal, segue em renovados mandatos. Porém, cada vez mais irrelevante no cenário político.
Só que não foi suficiente. No fundo do poço, Cesar Maia encontrou um porão. E entrou nele. Aceitou ser vice de Marcelo Freixo. Não poderia ter escolhido maior indignidade para despedir-se da política. Além de estar entrando em uma batalha perdida, ainda se submeteu à vergonha de se aliar a um dos mais abjetos líderes que nossa política já produziu.
É uma pena. Eu acompanhei essa decadência. Tive muitas esperanças em Cesar Maia para a reabilitação do cenário político fluminense. Mas, ano após ano, vi aquele grande prefeito de 1993 a 1996 tornar-se um político cada vez menor.
Mesmo acompanhando seu voo de galinha, não esperava que sua biografia se encerrasse com essa aliança vergonhosa, nojenta e desqualificada com alguém que desafia a língua portuguesa pela falta de adjetivos que caracterizem sua figura miserável, ignóbil.