A mentalidade revolucionária doutrinou o país a crer que o episódio da Independência do Brasil foi um mero movimento estratégico a serviço de interesses ingleses e até mesmo portugueses.
A visão anacrônica deste episódio histórico, deturpada pela estupidez ideológica e pela burrice, esvaziou no coração dos brasileiros o respeito e o desejo de celebrar a data magna da nossa nacionalidade.
A INDEPENDÊNCIA COROOU O SURGIMENTO DO BRASIL NAÇÃO
O processo de amadurecimento da nossa identidade nacional nos levou à Independência do Brasil. Já tínhamos nos convertido à sede do Reino de Portugal e dos Algarves e, posteriormente nos unimos a ele como Reino do Brasil.
Ao reflexo institucional da nacionalidade brasileira, somou-se a ampliação da representatividade do Reino do Brasil nas cortes de Lisboa após o retorno do Rei Dom João VI a Portugal.
Mas o Brasil já era muito brasileiro para submeter-se aos interesses de Portugal e o então príncipe Dom Pedro e sua princesa Leopoldina tiveram a clarividência histórica de compreender as circunstâncias políticas e sociais que vivíamos e conduziram o país à independência política, evitando guerras internas e até a fragmentação do território.
POR QUE CELEBRAR?
A compreensão do processo histórico exige que ele seja analisado a partir de uma leitura cronologicamente correta e não a partir do atual momento para trás, tampouco a partir dos valores do tempo presente.
Se o Brasil ainda não é o que pode ser, se temos problemas graves a corrigir, temos que reconhecer o óbvio: ao longo desses 198 anos, deixamos de ser uma colônia para nos converter em uma das maiores nações do planeta, a segunda maior democracia do Ocidente, uma das sete maiores economias do mundo e o fizemos conservando uma das maiores unidades territoriais dentre os muitos estados nacionais do mundo.
Não podemos romper com nosso passado, mas entendê-lo e aceitá-lo. Devemos nos orgulhar das nossas conquistas civilizacionais, por mais demoradas e tímidas que tenham sido, como no caso da abolição da escravidão, o maior momento do Brasil independente. Ao contrário dos que buscam diminuir esse episódio, temos que nos orgulhar e ampliar seus efeitos, lutando pela nossa paz social através dos mecanismos que nosso tempo dispõe.
Somos o que somos, e vamos avançar. Para isso, precisamos amar o Brasil, nos amarmos como nação. Assim como temos orgulho da trajetória da nossa própria vida e de nossa família, com todos os obstáculos, trancos e barrancos pelos quais passamos, também assim devemos compreender a trajetória desta nação complexa, gigante e multicultural que é o Brasil.
Não se trata de “patriotada” ou ufanismo infantil. Celebrar a nossa trajetória como país independente é sinal de maturidade, de amor próprio e força para seguir adiante fazendo a nossa parte.
No dia sete de setembro, comemore. Coloque hoje mesmo uma ou mais bandeiras do Brasil nas janelas e nas redes sociais. Sinta orgulho de fazer a sua parte na construção da história nacional.
Viva o Brasil!