A violência matou mais de um milhão de brasileiros nos últimos vinte anos. Uma “pandemia” constante e ignorada.
Apesar da média superior a 50.000 mortes anuais (sem contar os desaparecidos que, na prática, são homicídios também), essas mortes não comovem como os causados pela peste chinesa.
A desproporcionalidade do barulho que a mídia e outros grupos poderosos fazem entre ambos os fenômenos fala muito sobre o Brasil. A reverberação que esse barulho encontra na classe média e nos mais ricos desnuda a hipocrisia nacional.
A diferença fundamental entre as mortes violentas e as mortes pela COVID-19 é quem morre. A doença não escolhe condição social, a violência sim. Da violência é possível se proteger conforme a sua condição financeira e as chances de morrer para quem é rico ou remediado são infinitamente menores do que no caso da doença chinesa.
Não se engane. Se o vírus estivesse matando sobretudo os mais pobres como a violência, ocuparia no máximo uns minutinhos do noticiário. Mas a COVID-19 ameaça a todos pelo seu caráter “lotérico”. Ninguém sabe qual a reação que causará em cada organismo.
É também por isso que o povão e os não-hipócritas com melhores condições de vida não levam a sério a histeria com a peste que a China espalhou pelo mundo. Os mais pobres e aqueles que combatem a violência em todas as classes sociais sabem que para a maioria dos brasileiros o risco de morte é altíssimo o tempo todo. E mesmo diante de um quadro de alto risco, saímos todos os dias para a batalha.
O Brasil não é um condomínio de luxo cercado de seguranças. Ao contrário, é um território povoado por uma população desarmada vulnerável ao crime organizado armado até os dentes, no qual metade das pessoas vive sem saneamento básico e que paga impostos altos sobre a comida e sobre os medicamentos.
O Brasil real vai continuar aglomerando porque não leva mais a sério o que o andar de cima impõe. O Presidente da República continuará refletindo o sentimento da sociedade porque foi para isso e por isso que foi eleito. Bolsonaro e o povo querem soluções para os problemas reais e já muito antigos na vida do brasileiro comum. Essa é a vacina que o povo brasileiro espera.
A demagogia e a hipocrisia continuarão sendo derrotadas. Os poderosos e os seus servidores seguirão afetando indignação pelo comportamento do povo brasileiro. Esse é um caminho sem volta. A realidade vai vencer, apesar do Grupo Globo, do Rodrigo Maia, do João Doria, do PT, do PSOL, do Partido Comunista Chinês, das grandes corporações e dos seus lacaios espalhados pela sociedade.