1. Existem vários movimentos políticos, partidários e ideológicos que buscam a destruição das religiões ou, pelo menos, a redução delas a meros papéis materialistas, abandonando a ideia de transcendência e de imortalidade da alma. O principal alvo é o cristianismo, obviamente. Mas não só.
2. Esses movimentos operam dentro e fora da própria religião.
3. Os métodos usados pelos inimigos das crenças e da Fé são diversos e complexos. Eles vão e voltam constantemente.
4. Após alguns séculos de estigmatização da religiosidade e das religiões como coisas ruins e obscuras valendo-se dos erros de alguns de seus adeptos como meio de criminalização do fenômeno religioso inteiro, a internet surge como forma de estudo e debate para mostrar que as sociedades precisam e querem viver suas crenças, que as diversas religiões praticam um bem à humanidade que é infinita e incomparavelmente superior ao mal praticado eventualmente em seu nome por pessoas e grupos nocivos.
5. Em todo o Ocidente há cada vez mais focos de resistência à criminalização e demonização da religiosidade e esses fenômenos colaboraram para as eleições de Donald Trump e Jair Bolsonaro, por exemplo.
6. Como os valores das comunidades religiosas se confundem com os valores da maioria absoluta das sociedades, mas esses valores estavam se tornando proibidos de se manifestar pela ditadura da laicização da sociedade, como se a sociedade fosse o Estado, grandes parcelas de nações como Brasil e EUA, por exemplo, vêm experimentando o ar fresco da liberdade de serem o que são.
7. Todavia, os movimentos antirreligiosos que citamos no primeiro e no segundo pontos acima não observam isso de maneira passiva. Pelo contrário: reagem duramente e usam os métodos mais sujos e complexos possíveis para estancar não apenas o renascimento da liberdade para os valores religiosos, como a sustentação que os religiosos dão aos agentes políticos que brigam por pela sua defesa.
8. Enquanto o mundo existir haverá maus religiosos e pessoas oportunistas que se valem da religião para o mal. Assim como existem pessoas desse tipo na política, em nossas famílias, nas escolas, nos clubes e em qualquer lugar onde existam relações humanas.
9. Porém, o que temos observado nas últimas semanas no Brasil é uma repentina escalada no noticiário de malfeitos de pessoas que são, de alguma forma, ligadas a movimentos religiosos.
10. Uma das sujeiras dos métodos dos movimentos antirreligiosos é o casuísmo na divulgação, a instrumentalização de fatos que sempre aconteceram e, lamentavelmente, sempre acontecerão, para guiar a opinião pública para um juízo equivocado, mas que serve aos seus propósitos políticos.
11. É por isso que nas últimas semanas temos tido uma overdose de notícias sobre a deputada Flordelis, sobre o Padre Robson de Goiás e até o falso médium João de Deus, que andava esquecido, mas voltou ao noticiário.
12. Rapidamente a narrativa de que a religiosidade é uma doença reapareceu, tendo sido reintroduzida por uma atriz e ex-namorada de jogador de futebol.
13. Há no mundo uma pandemia de pensamento metonímico, uma forma de raciocinar que leva a julgamentos do todo por uma parte. Esse aleijão mental facilita a vida dos construtores de narrativas. Basta pegar um pastor ou padre que tenham praticado um mal para levar a massa à conclusão de que religião é um mal, ainda que a realidade nos prove o contrário.
13. A desproporcionalidade desse juízo não inibe a conclusão estúpida que o raciocínio metonímico impõe. Todo o bem praticado pela Igreja Católica com milhões de obras sociais mundo afora, todo o trabalho de conforto material promovido pelos protestantes, todo bem praticado pelos espíritas em nome da Fé e das crenças transcendentes que possuem são irrelevantes.
14. Evangélicos são macabros, pois a deputada Flordelis é uma monstra. Católicos são pervertidos, pois o padre goiano praticou corrupção para ocultar relacionamentos sexuais. O espiritismo não presta porque o tal médium dos ministros do Supremo era um abusador de mulheres.
15. A desproporção entre o bem e o mal promovidos por religiosos é a prova matemática e inequívoca do bem que a religião faz à humanidade. E, mesmo eu, que tenho Fé na divindade da Pessoa de Jesus Cristo e que acredito que há apenas uma religião e uma Igreja verdadeira, não posso negar a realidade concreta de todo o bem material que meus irmãos de outras religiões promovem em nome daquilo que acreditam.
16. Seja você um religioso ou um não-religioso, não deixe se manipular pelos métodos vis de criminalização de organizações sem as quais o mundo entraria em colapso civilizacional. O mundo não fica de pé sem a religião e sem os religiosos. As experiências sociais em que a religião foi proibida não foram os grandes genocídios da história à toa.