É de fazer corar um frade de pedra a cara de pau com que os associados do nosso establishment mais corrupto falam de “defesa da democracia” para justificar o apoio a Lula nessa eleição presidencial.
É injustificável o apoio ao líder do partido que governou o país durante os maiores escândalos de corrupção que já conhecemos. Mas o argumento cara de pau da “defesa da democracia” faz qualquer um com os pés na realidade se revoltar.
Percebam que os atos antidemocráticos atribuídos a Bolsonaro são todos futuros. Os inimigos do presidente só falam que Bolsonaro quer isso ou aquilo ou pretende dar golpes, mas até hoje nenhum ato que justifique tais afirmações ocorreu.
Muito pelo contrário: Bolsonaro foi vítima de atos ilegais de outro poder, como a proibição pelo STF de nomear um delegado da PF, prerrogativa constitucional do Presidente de República.
Contra o “democrata” Lula, por sua vez, não há apenas provas do seu autoritarismo nas suas pretensões futuras, como é o caso da regulação da mídia. Há provas concretas, indiscutíveis, julgadas e condenadas de que seu governo comprou parlamentares para controlar outro poder, o Legislativo.
A intervenção do Executivo no Legislativo é o exemplo mais bem acabado de autoritarismo e o exato oposto de democracia. Se os militares intervieram no Congresso pelo método da força com o AI-5, Lula fez o mesmo pelo método da corrupção. Quem não enxerga isso é cúmplice, ou não entende nada de direito constitucional e teoria do Estado.
Há ainda o espírito antidemocrático dos aliados de Lula nessa “frente ampla pela democracia”. Fernando Henrique Cardoso, segundo o próprio PT, comprou parlamentares para aprovar a emenda da reeleição, ou seja, também usou a força da corrupção para impor sua vontade ao Parlamento brasileiro. E em benefício da sua própria manutenção no poder.
Mas não é apenas FHC. Como se não bastasse o absurdo em si de um candidato ter apoio político de uma instituição de Estado, ainda vimos os aliados de Lula no Judiciário rasgando a Constituição ao longo dos últimos quatro anos com inquérito ilegal pré-inquisitorial, o casuístico fim da prisão em segunda instância, a anulação dos processos de Lula e uma sucessão de absurdos que só poderiam ser relatadas em um grande e volumoso livro.
Também podemos citar a entusiasmada defesa de regimes nada democráticos de outros países com os quais o petismo comunga afinidades ideológicas.
Ainda poderíamos falar de muito mais. Como a acusação que fazem a Bolsonaro de ataque às instituições, coisa que Lula sempre fez e continua fazendo ao chamar o impeachment de Dilma de golpe, tendo sido um ato conduzido pelo Congresso e pelo STF na forma da lei e da Constituição. Ou ao acusar o Poder Judiciário e o MPF de ter montado um conluio para colocá-lo na cadeia. Esses sim é que são ataques às instituições.
Quem fala em “defesa da democracia” para apoiar Lula enquadra-se em uma de duas opções: ou está enganado, ou está enganando. Lula é a expressão mais forte do autoritarismo desde o fim do regime militar. Lula é a pá de cal da democracia brasileira. E você que vota nele é o cúmplice que prefere acreditar na mentira que te anestesia, mas que a história não perdoará.