O dia 19 de Abril é muito importante para o Brasil. É o dia dedicado a homenagear o Exército Brasileiro, a guarda da Pátria. Mas, por que celebramos o dia do nosso exército neste dia? E qual a importância do exército na História do Brasil? É o que veremos adiante.
19 de Abril de 1648 — Batalha dos Guararapes
Em 19 de Abril de 1648 ocorreu no Brasil o confronto em que as forças brasileiras leais a Portugal venceram pela primeira os invasores holandeses no Morro dos Guararapes, situado hoje na cidade de Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Pernambuco. A segunda e definitiva vitória viria em 19 de Fevereiro de 1649.
Os membros do exército vencedor são considerados heróis da nossa Pátria. A vitória sobre os holandeses deu a conformação à nação brasileira que conduziu nossa formação até a Independência. Para maiores informações sobre esse episódio, recomendo a leitura de um texto do Comando Militar da 7ª. Região: clique aqui.
1864 – 1870 — A Guerra do Paraguai
Em Dezembro de 1864 iniciaram-se as agressões do ditador paraguaio Solano Lopez ao Brasil. O Imperador D. Pedro II viu-se impelido a declarar guerra ao país vizinho. O Paraguai tinha um exército mais poderoso que o nosso, o que obrigou o Império do Brasil a organizar e ampliar seu exército durante o conflito.
Foi durante esta guerra que surgiram muitos de nossos maiores vultos militares como o General Osório, o Almirante Barroso, dentre outros. Mas foi sobretudo o então Marquês (depois Duque) de Caxias o grande destaque dentre os oficiais que lideraram as tropas brasileiras. Caxias foi um poderoso e leal servidor do Brasil, considerado nosso maior general, foi também Chefe do Conselho de Ministros, cargo equivalente ao de um primeiro-ministro do Império.
Hoje o Exército Brasileiro é também conhecido como Exército de Caxias.
O 15 de Novembro — A maior vergonha da história do Exército
Como tudo e como todos nesta vida, o Exército Brasileiro também têm seus pecados. O maior de todos foi a alta traição do Marechal Manoel Deodoro da Fonseca ao Imperador D. Pedro II e ao Brasil.
Contrariado por questões pessoais com a nomeação de Gaspar Silveira Martins para o cargo de Presidente do Conselho de Ministros do Império, o Marechal Deodoro consorciou-se a ala dos militares desleais ao Imperador e defensores de um golpe militar que instituísse a República.
O movimento republicano, inicialmente protagonizado por desordeiros urbanos, como alguns jornalistas e profissionais liberais, ganhara a adesão dos escravocratas descontentes com a libertação dos escravos promulgada pela Princesa Imperial D. Isabel.
Mesmo tendo jurado eterna lealdade ao Imperador, Deodoro aliou-se ao movimento golpista, impôs pela espada a derrubada da ordem constitucional vigente e expulsou do país o maior dos brasileiros na calada da noite, fazendo o serviço que dele esperavam os senhores de escravos espoliados de seu vil patrimônio de seres humanos.
1943 — A Força Expedicionária Brasileira
Foi durante a segunda grande guerra mundial que o Exército de Caxias viveu aquele que, possivelmente, tenha sido seu mais glorioso momento. Surgiu em 1943 a chamada Força Expedicionária Brasileira, com o propósito de combater na Europa contra as forças do Eixo.
1964 — O poder moderador do Exército converte-se em poder executivo
Se o Estado brasileiro foi construído sobre o Poder Moderador dos monarcas, ferramenta que garantiu 67 anos de estabilidade constitucional, o golpe militar de Deodoro retirou deste mesmo Estado seu instrumento de equilíbrio. Sem Imperador e sua moderação, a experiência republicana brasileira construiu-se com uma sucessão de crises e mais crises.
A intervenção das Forças Armadas – sobretudo dos oficiais do Exército – nestas muitas crises republicanas consagrou o seu papel moderador na fase republicana de nossa trajetória política. Quem estuda a história do Brasil republicano se vê constantemente diante de crises que demandaram a força ou o prestígio militar para serem debeladas.
A maior de todas as crises culminou na intervenção de 31 de Março/1° de Abril de 1964 e na eleição pelo Congresso Nacional do General Humberto Castelo Branco em substituição ao ex-presidente João Goulart que abandonara o cargo.
Era a consagração do espírito tenentista de 1922, que assumia o controle do Estado e instituía as ideias militares para o desenvolvimento do Brasil após 75 anos de conturbada vida republicana.
A eleição de Castelo Branco deveria ser para um mandato tampão até a posse do presidente que seria eleito em 1965. Porém, as eleições presidenciais foram suspensas, anos depois veio uma nova Constituição (1967), o Ato Institucional número 5 em 1968 e a reforma constitucional de 1969. E até 15 de Março de 1985 os militares do Exército se sucederam na chefia do Poder Executivo do regime civil-militar.
A realidade pós-1988
A abertura lenta e gradual de Ernesto Geisel, as eleições para governador de 1982, as crises econômicas da década de 80, a eleição de Tancredo/Sarney e, sobretudo e o advento da Constituição de 1988 ajudaram a Esquerda a promover um sentimento antimilitar na sociedade brasileira.
Com os governos de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma, as Forças Armadas foram desprestigiadas, vilipendiadas e até mesmo ultrajadas por atos de afronta destes presidentes. Desinvestimento nas forças, o fim dos ministérios militares, a chamada Comissão da Verdade, dentre outras medidas, colocaram o Exército, a Marinha e a Aeronáutica em posição vexatória, como se fossem inimigas do país.
Porém, os frutos de tais governos levaram a tal descontentamento que a própria sociedade reconduziu por meio do voto um militar ao Palácio do Planalto. Que novo papel a História reservará ao Exército Brasileiro de agora em diante só saberemos no futuro.
Parabéns a todos os membros do Exército de Caxias!
PS.: Este brevíssimo artigo reflete a opinião e a visão de um civil sobre a história do Exército Brasileiro. Não se trata de obra de historiador, nem mesmo de historiador militar.