Quis a Providência que neste domingo, 19 de julho, D. Henrique Soares da Costa nos deixasse e que sua alma fosse ao encontro do Pai. O amor filial dos católicos a este sucessor dos Apóstolos de Nosso Senhor gerou uma grandiosa comoção no país, sobretudo pelas redes sociais.
Foi nas mídias sociais que o bispo diocesano de Palmares, pai espiritual de uma humilde região de 18 municípios pernambucanos, levou sua mensagem evangelizadora e fez suas catequeses para um número muito maior que o de seus diocesanos. Seu carisma conquistou corações para o Senhor através da pregação da mensagem de amor do Verbo de Deus.
Consola-nos saber não só que a semeadura de D. Henrique foi profícua, mas que a tecnologia garantirá que sua mensagem continue conquistando servos para a Vinha do Senhor. Seus vídeos e textos seguirão sendo compartilhados, assistidos, meditados e compreendidos pelos filhos de Deus para sempre. É bem possível que agora ainda mais do que nunca.
Há algo, porém, de que não se fala, mas que salta aos meus olhos e muito me comove: bispos como D. Henrique são amados porque verdadeiramente amam. Se a Igreja no Brasil está tão aquém da atuação que poderia e deveria desempenhar, é porque os os bons bispos – sim, eles existem – se sujeitam aos maus bispos (mas, discordarão e ficarão muito contrariados ao ler essa verdade). O bispo de Palmares mostrou para o Brasil que o povo de Deus está faminto é do “Panis Angelicus” e da Palavra que vem da boca de Deus.
Se do calor úmido da selva amazônica ou dos mares de morros de Minas vêm os maus exemplo de arcebispos que ignoram a espiritualidade e tentam esvaziar na Igreja sua dimensão mística e devocional, o bispo nordestino levou pela Internet o conforto espiritual que os católicos brasileiros, via de regra, não encontram em suas dioceses e paróquias.
Nunca seremos verdadeiramente uma Igreja para os pobres se antes de tudo não formos verdadeiramente uma Igreja para Deus e para a salvação das almas. A devoção e a espiritualidade são os alicerces que fazem da Igreja o Corpo de Cristo e não uma ONG filantrópica. É a espiritualidade que faz da Igreja a maior obra de caridade do mundo.
Dom Henrique deixa aos seus irmãos do episcopado o exemplo de como amar a Deus e Seu povo: levando a ele o Evangelho, formando cristãos verdadeiros, porque assim pacificaremos o mundo e mataremos todas as fomes.
Bispos do Brasil, tenham coragem. Sigam o exemplo do seu irmão, Henrique e sejam católicos.