Vamos deixar de conversa fiada e mandar a real: se você votou no Lula, você tolera a corrupção. Não tem meio termo.
É verdade que o senso comum não precisa de provas para crer que em todos os governos há corrupção e que todo político tem a presunção da suspeita. Escaldado como está o brasileiro, não podemos nem criticá-lo por pensar assim.
Todavia, há que se exigir o senso das proporções. Nunca houve governos tão corruptos na história do Brasil quanto os do PT. O tamanho da sujeira foi tão grande que o próprio Lula, mestre na arte de mentir, achou contraproducente negar e confessou no Jornal Nacional em agosto: “não podemos dizer que não houve corrupção”.
Não estamos falando de suspeitas, não estamos falando de dinheiro miúdo. A corrupção petista movimentou recursos muito superiores à renda nacional de muitos países. Foi uma coisa sem precedentes.
Mesmo assim, mesmo com toda a didática Operação Lava Jato que, com seus acertos e seus erros, mostrou detalhadamente alguns dos esquemas dos governos petistas, ainda assim houve brasileiros que apertaram o 13 nas urnas em 2022.
É uma escolha. Mas, é uma escolha de tolerância com a corrupção. O eleitor do Lula pode até querer se enganar dizendo que Bolsonaro também é corrupto, apesar de nem indício haver e de que tudo que fale sejam supostas rachadinhas no gabinete de um de seus filhos quando era deputado estadual.
Ainda que isso fosse verdade, seria uma corrupção estimada em 1,5 milhão de reais contra outra de centenas de bilhões. Fazer uma equiparação entre os casos seria como fazer a equivalência entre uma criança que beliscou um coleguinha com os crimes de Stalin.
O brasileiro que votou em Lula decidiu que o crime compensa e é preferível a barbárie e o crime à civilização e à ordem. É uma escolha que, não se enganem, vamos pagar por ela.
Sérgio Cabral está liberado para sair da cadeia. Muitos outros já saíram. Inclusive traficantes do alto escalão, todos beneficiados pela mudança casuística do STF na sua própria jurisprudência.
Explicando aos leigos: o maior tribunal do país entendia que um vagabundo condenado em primeira e segunda instância deveria começar a cumprir a pena, mesmo havendo possibilidade de recursos.
Lula estava preso com duas condenações criminais em segunda instância. Para soltá-lo, o STF mudou o seu próprio entendimento: agora só podem cumprir a pena os criminosos que já não possam mais recorrer.
E aí está Sérgio Cabral, com seus 425 anos de cadeia, voltando para seu apartamento com vista para o mar, apesar dos crimes notórios e confessados. Mas, antes dele, um sem número de criminosos de alta periculosidade já foram para as ruas beneficiados pela ajuda de ministros do STF a Lula.
Porém, Lula, Cabral e os traficantes não estão mais sozinhos nessa. Eles têm agora a companhia de cada eleitor do Lula. Eleitores que deram aval para a corrupção em larga escala e para a liberdade dos piores criminosos.
Quem apertou 13 na urna disse sim não apenas à impunidade de políticos, mas de traficantes, estupradores, assassinos e pedófilos que tenham dinheiro para eternizar os processos na Justiça com recursos e mais recursos.
O eleitor de Lula deu sinal verde para todo tipo de atividade criminosa no país e converteu o país no reino do crime organizado, onde virou transgressão querer a ordem, trabalhar honestamente e desejar previsibilidade jurídica.
São dezenas de milhões de cúmplices. Não temos porque nos enganar nem nos intimidar em dizer: votou no Lula, então optou por uma ordem social que favorece criminosos e pune quem anda na linha.
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