Os governos de Lula e Dilma ficaram notórios pela corrupção e pela farra de nomeações em cargos públicos. Se a corrupção ainda não pode ser exercida pelo novo governo de Lula, já que a máquina ainda é controlada por Bolsonaro, a farra de cargos já se desenha.
Ainda que muitos cargos da transição sejam voluntários por falta de previsão legal e orçamento para pagar a todos, as nomeações numerosas já indicam o tamanho do compromisso de Lula com a ampla aliança que formou na campanha eleitoral.
São tantos os nomes que compõem a equipe de transição que seria impossível reuni-los no auditório do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, onde o grupo trabalha.
Segundo dados do insuspeito apoiador de Lula, o jornal O Globo, o auditório comporta 327 pessoas, enquanto a equipe tem 417 nomeados. 90 pessoas a mais que a lotação do auditório.
A farra só não gera um caos, porque muitos sequer colocaram ou colocarão os pés no CCBB durante a transição. Diversos nomeados estão fora de Brasília ou, até mesmo, no exterior.
Como fica claro aos olhos de qualquer um, é impossível que em uma equipe desse tamanho, todos produzam algo em espaço tão curto de tempo. As nomeações são, em sua maior parte, simbólicas e políticas.
Os primeiros decretos do governo Lula devem gerar números impressionantes em comparação ao espartano governo Bolsonaro. Se no atual governo, milhares de cargos em comissão ficaram desocupados, gerando considerável economia, no governo Lula não deve ficar nenhum espaço vazio.
Foi assim nos governos anteriores do PT, quando não apenas tudo era ocupado, mas novos espaços eram criados. E as alianças de campanha eram muito mais modestas.
A atual aliança de Lula reuniu todo o establishment nacional, a fina flor do atraso, a nata da malandragem que antes dividia-se entre as campanhas de tucanos e petistas, mas dessa vez esteve toda sob o guarda-chuva do Barba.
Não é à toa que essa “frente ampla” da goela seca nacional quer um cheque especial de 200 bi através de uma emenda constitucional já batizada de PEC da Gastança ou PEC do Rombo. Os ratos voltaram e querem quatro anos de queijo fácil. E, preferencialmente, importado.