Pode ser apenas canalhice politiqueira, mas, se levada a sério, é reveladora a declaração de Rodrigo Maia de que a Câmara dos Deputados irá promover uma agenda social diante de uma suposta inércia do Governo nesta área e, pior, de que a agenda do Presidente só atendeu às corporações e não ao povo.
Rodrigo Maia afirma que é um liberal, um defensor da economia de mercado e da redução das intervenções do Estado na economia. Já disse, inclusive, que a agenda econômica do Presidente também é a dele. É de se estranhar, então, que o ”capo” do Centrão não compreenda a quem servem as reformas econômicas de Bolsonaro e Paulo Guedes.
Liberdade econômica é o melhor programa social que sempre existiu. O ambiente de liberdade favorece o acesso dos menos favorecidos ao mercado, tanto como consumidores, quanto como empreendedores. As reformas de Guedes pretendem desonerar a carga tributária, cujas vítimas preferenciais, são precisamente os pobres. Empresas produzem para o mercado consumidor, cujo principal ator é o povão, que paga a conta. Além disso, a desregulamentação das atividades econômicas, obsessão do Governo Bolsonaro, permitirá que pessoas mais pobres possam empreender com mais facilidade e, sobretudo, promover o melhor programa social que existe: o emprego.
Ao dar essa declaração ridícula que opõe reformas econômicas ao interesse social e, pior, que as vincula aos maiores prejudicados pelas reformas, as grandes corporações, Rodrigo Maia comporta-se como um patético oposicionista, valendo-se de métodos narrativos característicos dos piores petistas e psolistas.
Rodrigo Maia tem inegáveis virtudes. Embora seja uma liderança de poucos votos, é um político habilidoso nos bastidores, não se pode duvidar. Mas, sua capacidade de liderar o velho Centrão e dialogar com a Direita e a pérfida Esquerda, o inebria de vaidade e o empurra para a ilusão de que é um grande líder nacional. Essa fantasia, então, o convida a tentar rivalizar com Bolsonaro, o que é, no mínimo, ridículo.
Maia está perdendo uma grande chance de reconstruir um grupo político em torno de si e de seu pai ao querer posar ora de independente, ora de antagonista de Bolsonaro. Embora a hipótese de união do bolsonarismo com a família Maia esteja fora de questão para ambos os lados, o apoio mútuo nas muitas circunstâncias que a política oferece faria os dois grupos crescer mais. Ganhariam o Brasil e o Rio de Janeiro. Maia, porém, não quis. Preferiu usar Carlos Bolsonaro como desculpa para viver na fantasia de que é um líder nacional, quando sequer o é em sua terra natal. Maia, além de liberal de araque, é apenas um habilidoso líder do Centrão, coisa que Eduardo Cunha, Severino Cavalcanti, Paes de Andrade e tantos outros também já foram.
A análise é perfeita, inclusive em sua causa, a vaidade.
A vaidade que o cega hoje, amanhã o conduzirá para o arrependimento e depressão. Pecado é pecado!