“Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”, disse o apóstolo São Paulo em sua carta aos Gálatas. Sobre essa afirmação de que precisamos morrer por Cristo é viver, poderíamos refletir longamente.
Mas convém ir além e mostrar que ela fala de algo possível e que foi vivido por muitas mulheres e homens pela graça de Deus. Homens e mulheres que perseveraram na fé, deram testemunho, frutificaram em boas obras e receberam a graça de Deus.
POR QUE CELEBRAR SÃO JORGE
A razão de celebrar a memória daquele soldado do Império Romano, a quem chamamos de São Jorge, é precisamente essa. Ser cristão é uma decisão difícil, embora seja a única. Ao aprendermos com o testemunho de São Jorge, caminhamos seguros de que sim, é possível fazer a vontade de Deus.
Jorge começou seu martírio ao se negar a matar outros cristãos e a se pronunciar contra a eliminação dos crentes em Jesus Cristo perante a mais alta corte de Roma. Ele deu testemunho de sua fé e foi submetido a grandes torturas. Diante da sua perseverança na fé, o Imperador Diocleciano o mandou degolar. São Jorge foi morto em 23 de abril de 303, há exatos 1720 anos.
PARA SER CRISTÃO É PRECISO TER A FÉ DE SÃO JORGE
Atualmente, em nosso meio, a pergunta que qualquer um responderia negativamente é: se alguém colocasse uma arma na sua cabeça e dissesse “renegue a Jesus Cristo ou te mato”, você renegaria? 100% dos cristãos dirão que não. Afinal, é fácil dizer que não se você não está no Afeganistão ou no Iemen, onde isso ocorre com frequência.
Mas a coisa muda de figura quando percebemos que, todos os dias, as circunstâncias sociais nos colocam armas na cabeça e perguntam: “você vai renegar Jesus Cristo?” E respondemos que sim com toda facilidade.
É assim quando mentimos, quando tentamos levar vantagem sobre alguém, quando ignoramos um pedido por comida de alguém faminto, quando não perdoamos quem nos chateou, enfim, quando colocamos nossa vontade na frente da de Deus e vivemos nós e não Cristo em nós.
É fácil não cair nas tentações? Não é. Mas se Deus quer isso de nós, é possível. Se São Jorge conseguiu, é possível. Para alguns, é mais simples dizer: “santo só Jesus” e jogar a toalha. É um jogo retórico que alivia a consciência e nos conduz para o inferno. Mas é mau negócio, pois essa vida é finita e a eternidade, não.
Deus não joga conversa fora. E Ele nos exortou: “sede santos porque eu sou Santo”. São Jorge e milhares de outros santos e santas que são lembrados pela Igreja constantemente dão-nos testemunho de que, não somente é possível, mas é antes um dever esforçar-nos pela santidade, que é graça de Deus, mas para a qual devemos colaborar com nossa fé, com obras, com testemunho, com orações e com vida sacramental.
É preciso, assim como São Jorge, morrer por Cristo é viver eternamente. Seja morrendo para o mundo ou morrendo literalmente.