Não é comum entre os brasileiros – nem mesmo entre uma pequena parte da sociedade – o interesse pelos discursos presidenciais, seja lá onde for que aconteçam. Se fosse possível entrevistar todos os brasileiros e perguntar qualquer coisa sobre os discursos dos outros presidentes brasileiros na tribuna das Nações Unidas, é possivel que só os próprios autores dos textos lembrem de algo. Ninguém nunca se interessou por isso. Se formos consultar os arquivos da Presidência da República para ler esses discursos, entenderemos as razões para o desinteresse geral: as falas dos nossos chefes de Estado sempre foram protocolares e cheias de platitudes, tudo em nome de uma conveniente (para os nossos presidentes) neutralidade do Brasil em relação aos conflitos e problemas mundiais.
O povo brasileiro, porém, não é neutro. Há em nossa sociedade muita coisa engasgada na garganta e faltava alguém que fosse porta-voz legítimo do nosso desconforto com o destino que nos era imposto pelos nossos líderes políticos anteriores, qual seja, a senda de engolir sapos e sacrificar nosso potencial em nome da escravidão que a mentalidade colonizadora dos países desenvolvidos sempre nos impuseram.
Quer através de políticas econômicas do FMI, quer através do terrorismo ecológico e de muitos e muitos outros meios de intimidação, os chamados países desenvolvidos sempre foram useiros e vezeiros em ditar muitas de nossas políticas públicas. Coincidentemente ou não, todas elas sempre cumpriram a tarefa de estancar nosso potencial de desenvolvimento. Cumprir as orientações do mundo desenvolvido parecia o destino servil que nos era dado viver.
Desde a chegada do PT ao poder, esse cenário se agravou. Não eram apenas os países desenvolvidos que nos colonizavam, mas também um grupo de partidos de Esquerda latino-americanos congregados em uma obscura associação conhecida como Foro de São Paulo.
O petismo nos obrigava a acender vela para mais um senhor. Além do mundo desenvolvido, agora também deveríamos obedecer resoluções tomadas por um colegiado de partidos de Esquerda de países mais atrasados que o Brasil, além de irrigarmos esses países com recursos públicos retirados de um povo cuja metade de seu contingente vive sem saneamento básico.
O que há de novo com Bolsonaro é o rompimento dessa subserviência. É o Brasil, seu território, seu povo e seus valores em primeiro lugar. É a fala de um país que se dá ao respeito e não está ali, como sempre esteve, apenas para cumprir tabela.
O reconhecimento dos feitos positivos do Governo Federal empossado em 1° de Janeiro deste ano não é nada além de justiça. O Presidente da República não é um sujeito perfeito, tampouco um líder de contos de fadas ou um arquétipo de estadista, mas tem o compromisso com os interesses da nação como o oriente de todas as suas atitudes.
Bolsonaro é odiado por muitos políticos, jornalistas, ongueiros, burocratas, formadores de opinião, acadêmicos, artistas e líderes estrangeiros. O que todos eles têm em comum é que de uma forma ou de outra a atual gestão do Governo Federal prejudicou seus interesses econômicos, colocando o interesse popular acima de tudo. Goste-se ou não de Bolsonaro, não há como negar que o seu discurso na ONU ou em qualquer outro espaço inova precisamente por isso: é o Brasil acima de tudo.
Análise perfeita! Temos um grande presidente!
No nosso novo país, dá gosto de dizer:-“pátria amada, Brasil!”
Caro Thiago, não gosto do Bolsonaro, por mais de uma razão, mas, em contrapartida, sempre tive todas as razões para gostar da Lógica e dela não abrir mão em meus juízos. Li, portanto, as razões pelas quais você considera “histórico” o discurso pronunciado hoje na assembléia geral das Nações Unidas e declaro-lhe, a você e às demais pessoas a quem isto possa interessar: CONTRA FACTUM NON VALET ARGUMENTUM.
Simples, lúcido e direto. Parabéns!
Análise coerente, bem construída e tremendamente fiel aos fatos.