O presidencialismo é uma forma de governo tão ruim, tão absurdamente ineficiente e contraproducente, que os dois presidentes com melhor aproveitamento nos seus mandatos – ambos com aproximadamente dois anos e meio cada um – foram Itamar Franco e Michel Temer, presidentes impopulares, não-eleitos diretamente e que assumiram por conta do impedimento de seus antecessores.
A falta de compromisso com a popularidade, a desnecessidade de passarem pelo escrutínio das urnas e a liberdade que isso lhes deu, permitiu a ambos fazerem muitas coisas corretas que os presidentes eleitos, submetidos à aprovação popular e às canalhices de um Congresso chantagista, não conseguem fazer.
Enquanto o Brasil for uma república presidencialista, presidentes eleitos pelo voto popular precisarão ser, necessariamente, populistas. O populismo é uma condição da governabilidade porque a popularidade é único instrumento de pressão sobre um Congresso que não sofre as consequências dos males que promove ao chantagear o Executivo.
Belo ponto de vista.
Principalmente que, por investir nesse populismo, o eleito perdeu um importante tempo de sua formação e carreira.