Para que se entenda o que celebramos nos dias consagrados a Nossa Senhora é preciso entender alguns pontos:
1. A quem chamamos de Nossa Senhora é sempre a Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo. Jesus Cristo que é o Verbo de Deus encarnado entre os homens por meio do Espírito Santo no ventre desta mulher escolhida por Deus, por isso desde os tempos mais remotos do cristianismo, a Virgem Maria também é chamada de Mãe de Deus (Theotokos, em grego).
2. Santa Maria, Maria, Virgem Maria, Mãe de Deus, Bem Aventurada, Cheia de Graça, Maria Santíssima ou Nossa Senhora são algumas das inúmeras formas de se referir à mesma pessoa da Mãe de Jesus.
3. Os títulos marianos de Nossa Senhora “disso” ou “daquilo” são meras invocações que fazem referência a um fato da vida dela ou de Jesus, ou uma referência a algum lugar, ou a alguma virtude, ou a algum dogma ou a algum mistério.
4. Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do Bom Parto, Nossa Senhora de qualquer coisa é sempre a mesma e santissima Mãe da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade que é Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ao longo dos séculos as comunidades cristãs foram dando títulos à Virgem Maria. Os navegadores, por exemplo, invocavam Nossa Senhora dos Navegantes, ou Nossa Senhora da Guia para que intercedesse por eles nas viagens. Os milhares de portugueses que viram a aparição da Virgem Maria em Fátima popularizaram a invocação de Nossa Senhora de Fátima, as mulheres grávidas ao longo dos séculos pediram proteção à Nossa Senhora do Bom Parto ou Nossa Senhora da Expectação do Parto, que tinha um hino cujas antífonas sempre começavam com a interjeição “Ó” e esta invocação também passou a ser chamada de Nossa Senhora do Ó.
Ou seja, a maioria dessas invocações são tradições que surgem no seio das comunidades cristãs, da relação do povo com a devoção àquela que deu à luz o Verbo Divino.
Não há qualquer diferença essencial entre Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Aparecida. A diferença é meramente estética, ou seja, da forma de representar a mesma pessoa com desenhos, símbolos ou imagens diferentes.
E Nossa Senhora da Conceição?
O dia 08 de Novembro é consagrado ao dogma da Imaculada Conceição. Desde os tempos apostólicos a Igreja é portadora dessa Revelação que é transmitida pela Tradição oral da Igreja e dá conta de que a Virgem Maria foi concebida no ventre de sua mãe, Santa Ana, preservada do pecado original. O que isso significa? Que no momento de sua concepção, em previsão aos méritos de Jesus Cristo, Deus a preservou de toda e qualquer mancha do pecado original.
A concepção (ou conceição, que é a mesma coisa) de Maria no ventre de Santa Ana ocorreu de forma imaculada e livre do pecado original para que ela pudesse vir a conceber do Espírito Santo de Deus o próprio Verbo divino. A Virgem Maria foi, portanto, a única criatura humana livre de todos os pecados, além de Jesus. Este, porém, não tinha apenas natureza humana, como Maria. Era humano e divino.
Há que se observar que não há entre a Virgem Maria e o seu Divino Filho nenhuma margem para comparação. Jesus é Deus e Maria diante Dele é nada, como nada somos todos nós se comparados a Deus. Porém, se compararmos a eleita por Deus para dar à luz a sua própria Palavra conosco, os demais seres humanos, Maria está acima de todos nós. Livre do pecado sua alma foi elevada por Deus ao Céu. E essa elevação de Maria à Glória do alto dos Céus é o que chamamos de Assunção de Maria, do que derivam as invocações Nossa Senhora da Assunção e Nossa Senhora da Glória.
Cada data de celebração da Bem Aventurada e Sempre Virgem Maria, Mãe de Deus é ocasião para reflexão sobre todos os mistérios que envolvem essa mulher única, seu Divino Filho e as virtudes das quais ela foi portadora e nas quais devemos nos inspirar.
Maria Santíssima foi o caminho para Jesus vir a esse mundo. Maria é o caminho mais curto para o mundo ir até Jesus compreendendo todos os mistérios da Sua Encarnação, da sua Vida humana, da Sua Paixão, da Sua Morte de Cruz e, sobretudo da Sua Ressurreição.
OREMOS: Mãe de Deus, Mãe de Jesus, Mãe da Igreja, Mãe dos homens, que esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei. Mostrai-nos seu Filho, ó, clemente, piedosa e doce, Virgem Maria. Rogai por nós ao vosso Filho para que sejamos dignos das promessas feitas por Ele. Que assim seja.