O resultado do julgamento político promovido pelo establishment contra Jair Bolsonaro, através do Tribunal Superior Eleitoral, foi aquele que já era esperado.
Como já tratamos em outro artigo, o movimento de reação do povo contra o sistema, iniciado em junho de 2013 e que culminou com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, vem sofrendo uma contrarreação por parte do andar de cima desde 2019.
A defesa do interesse público contra alguns dos grandes esquemas sujos que sempre grassaram no país motivou uma gigantesca e inédita união de grandes grupos de interesse contra a limpeza que vinha sendo feita no Estado brasileiro.
Destruiu-se a Lava Jato, retiraram Lula da cadeia, tornaram-no elegível, promoveram um retrocesso no combate à corrupção, bateram impiedosamente em Bolsonaro, inviabilizaram sua campanha com uma série de restrições e, enfim, conseguiram não só tira-lo da Presidência, mas colocar Lula e Alckmin, numa “joint venture” do que há de pior no país da política à cultura, da economia ou sistema financeiro. Para não citar outros setores.
Nesta sexta-feira, 30 de junho de 2023, a contrarreação do sistema tem um novo capítulo: a inelegibilidade de Jair Bolsonaro. A inelegibilidade de um político com quase 60 milhões de votos.
Mas esse capítulo, que não apenas tem cara, mas é vingança cega por parte do sistema raivoso, será um tiro pela culatra. Transformará Bolsonaro de oficialmente derrotado nas eleições em vítima, de um possível candidato em cabo eleitoral ainda mais poderoso, de mito em herói e mártir.
Para melhorar a situação de Bolsonaro, só mesmo se mandarem prendê-lo pela falta de corrupção em seu mandato.
Se Bolsonaro era um nome competitivo para voltar à Presidência, a inelegibilidade o faz um cabo eleitoral quase imbatível. O seu indicado à Presidência terá todos os bônus de seu apoio, sem o ônus que Bolsonaro teria dos seus desgastes.
A inelegibilidade mantém o bolsonarismo ainda mais vivo e com uma chama forte até 2026. Lula (ou seu indicado) disputará a eleição com o desgaste de ser governo e um governo que não consegue emplacar e não tem perspectiva alguma de êxito econômico.
Ou a contrarreação do sistema assume logo que é regime autoritário e coloca o sistema judicial para destruir de vez todas as bases conservadoras, calando-nos totalmente ou os conservadores vão voltar ao Planalto em 2026. Só uma ditadura escancarada nos impedirá.