Embora o povo venezuelano em massa já tenha ido às ruas exigir a queda do chavismo, Nicolas Maduro resiste no Palacio Miraflores. E o motivo é simples: diante de sua recusa em sucumbir pelo bem da nação, só quem poderia tirá-lo de lá seriam as Forças Armadas. Eis o problema. Chavez e Maduro foram habilidosos em formar um oficialato não apenas submisso politicamente ao bolivarianismo, mas também sócio do regime.
Em um país com mais de dois mil generais para uma população de trinta e dois milhões de pessoas – para efeito de comparação, o Brasil tem 150 generais dentre duzentos milhões de habitantes – Chavez e Maduro fizeram da cúpula militar um grupo de pessoas autorizadas a explorar economicamente alguns setores, sobretudo através do contrabando. Além disso, o regime confessadamente prende e tortura qualquer militar que traia o regime, o que cria uma máquina eficiente de prisões políticas que destroem a resistência armada ao regime.
Em um ambiente de fome e carestia, com uma população civil completamente desarmada – a velha receita que os protoditadores aplicam logo no começo do seu projeto totalitário – o braço forte que sustenta Maduro detém o monopólio da força e de muitos dos insumos básicos para a sobrevivência. É a receita infalível do socialismo: em busca da impossível economia socialista, a única coisa que se consegue produzir é uma economia fascista.
E, nunca esqueçamos que mesmo com tortura, opressão e fome, há duas semanas o PT manifestou seu apoio incondicional ao regime de Maduro, prestigiando sua posse após uma eleição fraudulenta.