Você já deve ter lido nas redes sociais algumas pessoas perguntando por que o povo ama Bolsonaro ou, ainda, ter visto aqueles comentários que apontam um suposto fanatismo por parte de seus apoiadores.
As perguntas são feitas pela aparente contradição entre o comportamento pouco habitual para um chefe de Estado e a paixão que Bolsonaro desperta. A pergunta não é difícil de responder e a resposta está longe de ser o fascismo que só existe na imaginação dos que não querem compreender a realidade.
Além de ter feito um governo tecnicamente acima da média dos últimos 50 anos, o Presidente Jair Bolsonaro ainda veio com um “plus” para os brasileiros. Ao esculhambar certas convenções com seu comportamento nada convencional e, muitas vezes grosseiro – como ele próprio reconhece, aliás -, Bolsonaro revela a grande hipocrisia que as convenções, os rapapés e o formalismo sempre esconderam em nosso país.
A grande circulação de informações permitiu à massa dos brasileiros fazer seu próprio julgamento e aquilo que em outras ocasiões seria considerado um tiro no pé para um político, no caso de Bolsonaro tornou-se um símbolo de representatividade. O indivíduo que trabalha cinco meses por ano para sustentar uma elite parasitária, apodrecida, ignorante, falsa e que sempre viveu pendurada no Estado brasileiro, agora sente-se vingado.
Foram décadas convivendo, conscientes, com a ideia de que bancávamos uma elite que não é apenas política, mas também jornalística, artística, e até mesmo empresarial, pois há muitos empreendedores que vivem das facilidades do dinheiro público e não das dificuldades do mercado. Mas essa consciência era impotente.
Mas não é só isso. O comportamento de Bolsonaro também revela a estupidez daqueles que também são vítimas dessa elite apodrecida, mas batem palmas para tudo o que ela diz. E também se horrorizam com a “verborragia” do presidente.
Esse é o caso dos afetadinhos que, embora sejam honestos e trabalhadores, chocam-se tanto ou mais com um coro de “imbrochável” puxado pelo presidente do que com a chicana que a mais alta corte do país promoveu para tirar da cadeia e devolver os direitos políticos ao maior bandido da história nacional.
Bolsonaro agrega pessoas que têm muito em comum. São pessoas que querem viver em um país em que entregar a uma fila de desconhecidos uma nota de cinco reais faça chegar de volta às nossas mãos uma garrafa d’água.
São aqueles que querem que seja normal viver em uma sociedade que devolva ao seu dono a carteira, os documentos ou o cartão de crédito perdidos, como eu mesmo vi acontecer no 7 de setembro. Ou, ainda ser um humilde trabalhador que vende água e receber das pessoas o respeito devido.
O presidente também representa com seu comportamento aqueles que não gostam de serem feitos de trouxas, sustentando a tal elite parasita do Estado ou vendo os marginais, algozes dos trabalhadores, serem presos em um dia e soltos no dia seguinte.
Ter alguém esculhambando e atrapalhando quem sempre fez mal ao país é a suprema realização para os brasileiros, que só querem viver a vida, batalhar pelo pão sem exploração, mas que também querem justiça contra quem sempre os explorou em nome de fazer-lhe o bem.
Para essas pessoas a resposta para a pergunta “por que o povo ama Bolsonaro” é outra pergunta: como não amar Bolsonaro?