Estamos prestes a viver mais um capítulo escandaloso da inviabilidade do Presidencialismo, uma forma de governo que joga todos os ônus sobre um dos poderes e dá a outro poder, o Legislativo, a prerrogativa de destruir o futuro do país sem ser responsabilizado.
É ou não é ridículo que o Chefe do Executivo e seus auxiliares precisem implorar ao Legislativo, tornando-se reféns de uma chantagem institucionalizada pela forma de governo, para que reformas estruturantes sejam aprovadas no Parlamento?
No Parlamentarismo isso não existe. Sem maioria no Parlamento não há governo. Quando há consenso no Congresso e forma-se o governo a agenda deste governo já está consolidada e consensualmente formada e, se não houver avanços a responsabilidade cai sobre a maioria do Parlamento que governa.
O Presidencialismo não é apenas contraproducente: é inviável. O Brasil caminha há 130 anos com uma pedra amarrada aos seus pés.
O Brasil só avançou estruturalmente com ditaduras ou com métodos sujos de compra de apoio congressual como as notórias compras de votos de FHC, o Mensalão de Lula e o Petrolão de Lula e Dilma. Desmascarado o Mensalão, o PT criou o Petrolão. Descoberto o Petrolão, Dilma caiu. Collor não comprou o Congresso, caiu. FHC só governou graças a ACM e a força do PFL movida a cargos públicos em alguns momentos e Jader Barbalho e PMDB em outros.
O Parlamentarismo não é a panaceia universal para o Brasil. Mas o Presidencialismo é a âncora que impede o Brasil de navegar nos mares da prosperidade e da paz social.