A surpresa causada pela notícia da prisão de Marcelo Crivella causou consternação em muitas pessoas. Como pode um homem que todos sabem que não é bandido, que não é corrupto, ser preso? Devemos refletir sobre isso, pois Deus nos ensina também através dos reveses.
Nas últimas décadas o engajamento dos cristãos na política brasileira aumentou exponencialmente. E continua aumentando. Ela é parte da explicação da própria eleição do atual presidente do Brasil.
Nessa caminhada das últimas décadas as lideranças cristãs se aliaram a todo tipo de gente na busca de espaço para sua ação política. Alianças, diálogo e respeito até com a Esquerda.
Devemos lembrar que Marcelo Crivella foi ministro de governos petistas, em uma concessão pra lá de censurável da virtude ao vício.
Mas esse é apenas o exemplo mais famoso. Há inúmeros outros casos de pastores e leigos evangélicos e católicos que se aliaram ou apoiaram gente da mais vagabunda que se tem por aí.
A lição que fica é que para o cristão não há caminhos fáceis na vida, nem mesmo na política. Ao cristão não é lícito ser morno. Ou é quente ou é frio. Deus não vomita o morno à toa.
A política não autoriza ao cristão um salvo conduto para adentrar no terreno do inimigo. Deus quer nos proteger, mas nós temos que desejar sua proteção. Quem se alia aos agentes do Mal está alimentando o dragão que vai te engolir amanhã.
A prisão de Crivella tem como objetivo minar a credibilidade dos evangélicos e jogar um véu de desconfiança em um dos alicerces da coalisão conservadora que sustenta o projeto de resistência à esquerdização do Brasil.
Que esse episódio seja de aprendizado e não mais um para que muitos conservadores burros se aproveitem para posar de bons samaritanos com aquele discursinho fácil de que “tem que prender todo mundo mesmo”. Que esses idiotas acordem e percebam que a injustiça não poupa ninguém. Quem bate palmas pro lobo amanhã será a ovelha sacrificada.
Cristãos, acordem e decidam se são quentes ou frios. Ser cristão é ser radical, ser cristão é detestar radicalmente o mal e amar intensamente o bem comum. Fora disso não há salvação.