Esta caminhada terreste à qual chamamos de vida é, para o cristão, uma espécie de estágio em busca da Graça da Vida Eterna.
Esse período de provas não é nada fácil. A cada momento de nossas vidas estamos sob a tentação de toda a sorte de pecados que nos levam a seguidas quedas. Mas, Deus é Misericórdia infinita e nos dá seguidas chances de reconciliação diante do arrependimento sincero.
A devoção aos santos é uma espécie de guia espiritual dos cristãos. Hoje, porém, isso se perdeu na vida da maioria dos católicos. O santo tornou-se uma espécie de fada-madrinha ou gênio da lâmpada ao qual o devoto recorre em momentos de dificuldades nos assuntos da vida cotidiana, não da vida espiritual. Isso precisa ser corrigido.
A Baixada Fluminense vive uma grande contradição: ao mesmo tempo que está quase que inteiramente consagrada a Santo Antônio – as dioceses de Nova Iguaçu e de Duque de Caxias o têm como padroeiro – é também um deserto de vida espiritual cristã. Sinal inegável de que o santo nascido em Lisboa e que morreu em Pádua não está em nossas vidas.
Podemos contemplar essa realidade árida na miséria material e civilizacional que encontramos nas ruas, nas famílias, nos hábitos, nos comportamentos. Mesmo os mais ricos são tão miseráveis que tudo o que parecem ter é dinheiro. As vidas que dão testemunho da Fé em Jesus Cristo são muito poucas, são as exceções. Onde estão a caridade, a humildade, as vidas vividas conforme o Evangelho, as mãos estendida para os semelhantes, o respeito com toda criatura de Deus, a contemplação, o trabalho pela Cristo, os testemunhos da Fé em Jesus Cristo? Onde está a inspiração de Santo Antônio em nossas vidas?
É preciso olhar para Santo Antônio como um exemplo a ser seguido e não como um solucionador de problemas de naturezas estranhas à vida espiritual. Santo Antônio é modelo exemplar de vida cristã, conjugava a caridade com o desprendimento das coisas materiais, a sabedoria com a evangelização. Viveu para Deus e para o próximo.
A magnífica história de vida e testemunho de Fé deste homem conhecido como Santo Antônio de Lisboa, Santo Antônio de Pádua ou, ainda entre nós, como Santo Antônio de Jacutinga, pode e deve ser definitivamente inscrita nas mentes e corações cristãos de nossa terra como a bússola que levará os iguaçuanos para Cristo. Consagremos com nossas vidas o nosso padroeiro como Santo Antônio de Iguaçu. E, enfim nós, o povo, começaremos a construir uma nova história para nosso chão e com nossa gente.
Comentário muito lúcido e verdadeiro! Precisamos sempre aprendermos e crescer com a doação e agradecimento do que temos!