A celebração da memória do “pobrezinho de Assis” a cada dia quatro de Outubro é motivo de festa em todo o mundo. Francisco foi o cristão mais radical de que se tem notícia, mesmo sem ter chegado ao extremo do martírio. Ler sobre sua vida é como ler o próprio Evangelho em forma de testemunho.
Quis o Senhor que um jovem de família rica recebesse a Graça da compreensão do espírito do Evangelho de Jesus Cristo. Ao contrário da caricatura que se faz de São Francisco como uma espécie de panteísta, adorador da natureza, ou de um pauperista, adorador da pobreza e da miséria, ele foi fundamentalmente um adorador da Santíssima Trindade. A infusão da Graça em Francisco de entender a grandeza e centralidade de Deus na vida humana é o centro do mistério dessa vida notável que caminhou por esse mundo nos séculos XII e XIII.
Francisco percebeu que só conseguiria dar testemunho o mais perfeito possível da vontade de Deus se se desnudasse das honras, glórias e confortos materiais que a vida humana pode nos reservar.
Amar sem ser amado, dar sem esperar receber em troca, perdoar sem esperar o perdão, consolar mesmo sem receber consolo, compreender mesmo sem ser compreendido, enfim, amar e servir o próximo, cumprir a vontade de Deus, simplesmente porque é isso que quer o próprio Deus. Esse é o radicalismo cristão, que não explode pessoas, que não mata, que ama qualquer criatura sem condições porque são criaturas de Deus e a Ele pertencem.
Amar o Senhor Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo é o que fez de São Francisco de Assis um cristão radical. E é por isso que sua vida foi tão impressionante.