A semana foi intensa na política iguaçuana, apesar da indiferença da maioria dos iguaçuanos em relação às eleições municipais. Infelizmente a intensidade não foi de debates, propostas e ideias para que consigamos avançar naquilo que vai mal (e não é pouca coisa).
O processo eleitoral não tem sido, portanto, político, e a disputa não está nas ruas e nos corações. As eleições estão sendo disputadas na Justiça Eleitoral e no lugar das propostas entraram as alegações jurídicas. Não que a dimensão judicial deva ser ignorada, caso existam problemas. Mas ela é parte acessória da campanha. Ou, pelo menos, deveria ser.
Começamos a “semana jurídica” com a proibição da divulgação de uma pesquisa eleitoral em que o candidato que atende pela alcunha de Jacaré aparecia em primeiro lugar. Dias depois dessa decisão, uma outra pesquisa, esta encomendada pela Rádio Tupi ao IPEC, indicou a liderança da candidatura governista. A propósito, o governo municipal é cliente da Rádio Tupi na qualidade de anunciante, mas isso não motivou pedidos de proibição de sua divulgação pelos adversários do governo.
Mas, se parecia que a semana já tinha produzido todo o possível na Justiça Eleitoral: ledo engano. O Ministério Público ainda pediu o indeferimento do pedido de candidatura do candidato Jacaré e foi atendido pelo juiz eleitoral. Além de Jacaré, o candidato petista Tuninho da Padaria também está na mira do juiz para ter o mesmo destino.
TRISTE SITUAÇÃO IGUAÇUANA
Enfim, um cenário muito triste para aqueles que sonham com uma cidade madura, democrática, participativa, produtora de riquezas e com qualidade de vida. O processo eleitoral de 2024, ao que parece, nada de bom agregará à experiência democrática dos iguaçuanos.
E é difícil encontrar um mocinho nessa história. Do prefeito ao mais humilde cidadão, passando por deputados locais, vereadores, empresários e trabalhadores, muitos poucos são os iguaçuanos interessados em planejar Nova Iguaçu para ser um lugar de promoção social e desenvolvimento econômico.
AS PESQUISAS
Já tivemos quatro pesquisas eleitorais com os resultados mais diversos. Na primeira, Tuninho da Padaria liderava. Na segunda e na terceira, Jacaré liderava. Na mais recente, Dudu Reina lidera. Em um cenário assim, não é possível fazer uma análise com base neste conjunto de levantamentos.
JÁ GANHOU
Mas, as pesquisas podem dizer qualquer coisa. Conforme já sabemos desde sempre, é muito improvável que a candidatura governista consiga perder essa eleição. Como eu mesmo disse em texto do mês de junho, a vantagem competitiva da candidatura de situação em relação aos adversários é imensa, tal qual a do Real Madrid em relação a um time da Série B carioca.
Os meios de ação abundam e se a candidatura do governo não empolga, com as dos adversários não ocorre coisa diferente. Para perder uma eleição em tais circunstâncias, nem fazendo força para tal. E, se se conseguisse, seria o caso de ir embora de Nova Iguaçu e se esconder na Sibéria.
Salvo um tsunami improvável, Rogério Lisboa chegará ao terceiro mandato através da candidatura de seu fiel aliado Eduardo Reina, atualmente vereador e presidente da Câmara.
Tamanha vantagem proporciona ao candidato praticamente eleito a oportunidade de não se obrigar com novos compromissos e promessas para os próximos quatro anos.
ELEIÇÃO PARA A CÂMARA
E, nesta eleição de 2024, uma curiosidade: a disputa pela Câmara Municipal é bem mais empolgante do que para a Prefeitura. Além de dez dos onze vereadores atuais tentando a reeleição, diversos ex-vereadores, ex-deputados e até uma ex-prefeita estão na briga. Sem falar dos que nunca venceram eleição, mas que estão com a corda toda. É nessa disputa que a eleição municipal reservará as grandes emoções de 6 de outubro. E no dia 7, muita gente vai estar frustrada e falando sozinha pelas ruas, afinal são apenas 23 vagas.