Fatores políticos construíram uma administração pública municipal desastrosa em Nova Iguaçu. Amadorismo, politicagem e improbidade dos políticos fizeram com que os funcionários públicos do município fossem empurrados para uma situação de precariedade sob todos os aspectos.
O servidor municipal de Nova Iguaçu ganha mal. E quanto mais se exige do servidor, pior é o salário. O desastre gerencial que os políticos promoveram na Prefeitura desde sempre criou situações as mais estapafúrdias. E quem paga o pato são os dois elos mais importantes da cadeia: o cidadão-contribuinte e o próprio servidor.
Seria irresponsável dizer que a partir de um novo mandato de um novo governo isso vai mudar da água para o vinho. Não existe milagre na administração pública, mas um trabalho de longo prazo pode promover grandes avanços.
Mas para haver um trabalho de longo prazo é preciso duas coisas: 1) haver mudanças nos paradigmas gerenciais de quem nos governará a partir de agora e 2) começar um ciclo virtuoso, abandonando o atual, vicioso.
A precariedade da situação do serviço público municipal chegou a um ponto em que há servidores satisfeitos porque o atual prefeito paga os vencimentos em dia. Ora, com dinheiro em caixa, por que um prefeito não pagaria os salários em dia?
Isso não é mérito, é obrigação. Não é sequer o mínimo de respeito que o servidor merece. Se no passado os salários atrasaram, isso não pode mudar o nosso referencial do que é a dignidade dos trabalhadores que levam as políticas e serviços públicos básicos ao pagador de impostos.
UM NOVO CICLO
Para iniciar um novo ciclo é preciso, antes de tudo, não vender ilusões. A matemática é implacável. Não dá pra prometer o que não se pode entregar. A previdência dos servidores foi destruída, seu caixa usado como se fosse dinheiro público. Não é. A previdência é um patrimônio dos servidores municipais e como tal deve ser gerida.
A situação fiscal do município também é sensível. A irresponsabilidade de muitos prefeitos que passaram pela cidade levou Nova Iguaçu a um grande endividamento. A incompetência impediu nossa economia de crescer e, pior, a encolheu. Com isso, a arrecadação também caiu.
Soma-se a isso o enorme número de cargos comissionados, muitos dos quais inúteis e que drenam recursos que poderiam estar aliviando o cofre do município para a construção de dias melhores para o cidadão e para os servidores.
O novo ciclo da administração municipal deve identificar este e todos os outros problemas, corrigi-los e não perder de vista a meta de, progressivamente, melhorar a realidade salarial dos senhores e senhoras servidores públicos municipais. É um conjunto de iniciativas paralelas combinado com compromisso de ouvir e dar a mão aos servidores nessa luta.
Não é possível melhorar a vida do povo sem melhorar a vida de quem presta os serviços públicos. É preciso que o servidor seja respeitado e respeite o político que o respeita e se compromete com a construção de uma caminhada de avanço sustentável nos planos de cargos e salários.
Fora disso, tudo é ilusão, demagogia e mentira. O meu abraço fraternal aos bons servidores públicos municipais e obrigado pela dedicação ao povo iguaçuano.