Escrevo no Correio da Lavoura desde 2009. E os textos que mais gosto de escrever são os do aniversário do jornal. Já foram vários. Mas não canso e os motivo são fáceis de compreender. O aniversário do Correio da Lavoura é um orgulho para mim, pois meus antepassados fazem parte dessa obra, quer como anunciantes, quer como amigos da família Azeredo.
Meu tataravô anunciou no Correio da Lavoura. Meu bisavô tinha em Avelino de Azeredo seu melhor amigo. Meu pai e Robinson eram amigos e eu sou amigo de Vinícius.
Mas não é só isso, o principal motivo dessa minha satisfação em escrever sobre o tema é poder falar da grandeza deste órgão de imprensa, já que ele não é valorizado como deveria pela sociedade à qual serve há 104 anos.
Este ano o Correio da Lavoura vive um aniversário diferente. É o primeiro desde que 1944 que Robinson Belém de Azeredo não está presente. O jornal foi fundado por seu avô, administrado por seu pai, mas ninguém amou mais o Correio da Lavoura que Robinson.
Robinson, que já deveria ser nome de rua ou de praça, mas sua memória vem sendo desrespeitada há meses pela indiferença dos senhores vereadores. Aliás, é comum naquela casa a indiferença a tudo o que diz respeito a Nova Iguaçu, salvo as raras exceções que confirmam a regra.
Nessa edição de aniversário, portanto, eu convido todos à lembrança do exemplo deste homem de imprensa que foi Robinson Belém de Azeredo.
Robinson foi a resistência de um modelo de jornalismo que é muito difícil de sobreviver. Não era venal, não vendia espaço em troca de adulação ao governante de turno, não restringia a liberdade de seus colaboradores, mantinha um órgão de imprensa independente que era uma tribuna da liberdade de expressão.
Ele se foi, mas ficou como um farol para o jornalismo local. Quando um profissional de imprensa da nossa cidade tiver dúvidas como agir, deve pensar: como o Robinson agiria nessa situação?
Viva o Correio da Lavoura!
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Se por um lado temos a alegria pelos 104 anos do Correio da Lavoura, por outro temos a tristeza da perda do amigo jornalista Rafael Marinho, de 39 anos. Rafael foi vítima do vírus chinês.
Sua atuação profissional se deu no jornal Hora H, no site Baixada Viva e, recentemente, no site De Olho em Nova Iguaçu. Descanse em paz.