Um vídeo do deputado estadual Poubel (RJ) está rodando as redes sociais dos iguaçuanos desde sexta-feira (05 de julho). Em discurso, Poubel critica a aliança entre o PL e o Governo de Rogerio Lisboa em vistas da eleição 2024. O Partido Liberal irá apoiar a chapa de Dudu Reina, candidato da situação. Independente do teor do que foi dito, esse é um episódio para esquecermos.
O ESSENCIAL ESTÁ FORA DO DEBATE
Mas, o que é essencial no vídeo está fora do bafafá que ele rendeu. Ora, é evidente que naquele microfone a voz era de Poubel, mas o discurso era de Rodrigo Bacellar (União), presidente da Alerj.
Até a vaquinha da fachada da Leiteria Mineira, ao lado do Alerjão, sabe bem que há uma disputa no espaço político fluminense entre o deputado federal Dr. Luizinho (PP) e Bacellar. Luizinho apoia a chapa da situação em Nova Iguaçu e sua irmã caçula é a vice de Dudu Reina.
Os bacellaristas Poubel, Rodrigo Amorim e Allan Lopes afirmam não concordar com as alianças do PL no estado. Até aí, tudo bem. Eu também sou filiado ao PL e não concordo com a trágica estratégia do partido no estado do Rio. E garanto que ela renderá evidentes fracassos retumbantes ao que deveria ser o propósito do partido. Mas a intenção do deputado não é criticar a aliança em si, e sim atingir um dos aliados, o que desmoraliza o próprio debate que os bolsonaristas deveriam fazer sobre a atuação do PL no estado do RJ.
Ao dizer que não aceita o apoio ao candidato de Rogerio Lisboa porque é apoiado pelo que chamou de “ladroagem” do Dr. Luizinho, o deputado Poubel deixa-nos confuso na elaboração dos seus critérios de aferição de honestidade. Primeiro porque apoia o Governo Claudio Castro, do seu partido, no qual o mesmo Dr. Luizinho é eminência parda na área de Saúde. Segundo, porque, como ele pode rejeitar um pré-candidato apoiado por alguém que ele chama de ladrão enquanto ele apoia outro que recentemente foi preso, ainda que preventivamente?
A rigor, tanto o pré-candidato Jacaré, quanto o deputado Luizinho gozam da presunção de inocência. Mas se é pra se dialogar no terrenos das desconfianças, a mão pesaria mais sobre o Sr. Jacaré, que tem uma prisão no currículo, do que sobre o outro, que não tem esse episódio na biografia. Dessa forma, a argumentação da “ladroagem” de um ou de outro cai por terra.
Que fique claro que não se trata aqui de defender ou acusar o pré-candidato Jacaré ou o deputado Luiz Antonio Teixeira Jr.. Até porque a discussão não é essa e esse texto é apenas para esclarecer que o deputado Poubel buscou desgastar no cenário político local a pré-candidatura apoiada pelo adversário de seu líder, Rodrigo Bacellar. Única e tão-somente isso.
ESSA BOBAGEM NÃO INTERESSA A NOVA IGUAÇU
Não há nada aqui nesse assunto que seja do interesse de Nova Iguaçu ou para a defesa do interesse dos iguaçuanos.
NÃO HÁ NADA DE BOLSONARISMO NO ATAQUE
Além disso, é preciso que se diga que, embora filiado ao PL e declaradamente simpático a Jair Bolsonaro, o deputado Poubel não pode ter sua crítica classificada como bolsonarista. Se fosse para criticar do ponto de vista do bolsonarismo, ele abordaria o episódio em que o pré-candidato governista de Nova Iguaçu se reuniu com militantes LGBT. Seria mais eficiente e lógico. Até porque quem ele chamou de ladrão foi escolhido como aliado pela própria família Bolsonaro.
Mas se fizesse isso, ele não atingiria o alvo de Rodrigo Bacellar e não cumpriria o papel que veio cumprir em Nova Iguaçu. Aliás, registre-se que ele e Nova Iguaçu não são propriamente duas coisas muito íntimas, o que torna toda essa história mais estapafúrdia.
VAMOS DEBATER NOVA IGUAÇU E NÃO QUEM NÃO TEM NADA A VER CONOSCO
O fato é que uma eleição é oportunidade de ouro para falar de assuntos que interessam ao bem estar da nossa população e eu espero que a nossa sociedade não perca tempo com esse assunto que, de iguaçuano, não tem nada.