Reunindo cerca de um milhão de pessoas neste domingo (25/02) na Avenida Paulista, o movimento conservador mostrou mais uma vez a sua força. Liderados por Jair Bolsonaro, que convocou o Ato pela Democracia, milhões de brasileiros acompanharam o evento não apenas no local. A soma das visualizações dos inúmeros canais e perfis em redes sociais que transmitiram ao vivo o evento passou facilmente a casa do milhão de espectadores simultâneos.
E não foi apenas o público que atendeu às expectativas. As lideranças do evento confirmaram o que era esperado pela nossa análise publicada ontem. Bolsonaro queria mostrar força política e conseguiu. O ex-presidente queria defender-se publicamente do que o acusam e conseguiu. O líder da Direita brasileira queria driblar seus adversários e conseguiu.
Seu discurso foi água com açúcar. Ou café com leite, como dizem as crianças. Nada de bombástico, nada de relevante. Um “enrolation” para encerrar o evento. Mas com um trecho relevante: ao manifestar o seu desejo de passar a borracha no passado, Bolsonaro pediu mobilização pela anistia dos presos políticos do 08/01/2023 e punição aos que efetivamente cometeram crimes contra o patrimônio público, mas com penas proporcionais ao crime e não a dosimetria que vem sendo aplicada.
DISCURSOS
Mas eu disse que o discurso de Bolsonaro foi café com leite, só que isso é uma meia verdade. E aí está a chave de leitura do que ocorreu hoje. O real discurso de Bolsonaro neste Ato pela Democracia ocorreu parcelado e foi verbalizado por seis outras lideranças.
Representando as mulheres, Michele Bolsonaro foi a primeira a discursar. Em seguida, representando os deputados, Gustavo Gayer e Nikolas Ferreira. Em nome dos senadores, Magno Malta. Representando os governadores, o anfitrião Tarcísio de Freitas. Mas todos esses outros discursos foram apenas a introdução do grande discurso do dia.
Silas Malafaia foi a voz de Bolsonaro. Pelo microfone de Malafaia, Bolsonaro discursou e se defendeu. A mídia governista dirá que o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo atacou Alexandre de Moraes. Não é verdade. Aliás, a verdade estava nos fatos narrados pelo orador. Bem resumidamente, mas com competência, o pastor Silas descreveu a História recente do Brasil.
Simpatize-se ou não com o pastor (e eu estou longe de ser um simpatizante), o discurso de Silas Malafaia foi o centro do evento. E, junto com a fotografia da Avenida Paulista tomada pelo povo, formou a razão de ser deste Ato pela Democracia que consolida, uma vez mais, o movimento conservador como algo que, se depender do povo, veio para ficar.
Resta à nação fornecer melhores líderes, sobretudo melhores deputados de Direita, pois, dos nossos, salvam-se poucos com capacidade e envergadura para a responsabilidade de representar aquela brava gente brasileira que hoje dedicou seu tempo à Pátria.
UM MOVIMENTO REALMENTE POPULAR
Mas há algo mais que podemos extrair desse dia. E a iniciativa de Jair Bolsonaro convocar o povo para comparecer ao evento comprova isso. Ao contrário da demagogia que vemos nos discursos do campo adversário ao nosso, é no campo conservador que está a representação popular. Se na Esquerda o que vale é o culto ao líder, que não chega nem perto do povo, entre os conservadores é o povo que diz a direção e o rumo.
Bolsonaro é o amálgama desses muitos grupos que formam a Direita conservadora brasileira. Mas é nela que reside a força e Bolsonaro fez, mais uma vez, questão de deixar isso claro.