O diferença entre o fracasso e o sucesso é uma linha bem tênue. Muitas vezes o fracasso é determinado por escolhas que selam diretamente o seu destino.
Pessoas que se esforçam mais tendem a ter melhores resultados. Indivíduos que arriscam mais, também. Quem ambiciona superar seus obstáculos e limitações, já deu o primeiro passo para conseguir.
Mesmo sendo isso público e notório, ainda assim percebemos que muitas pessoas renunciam às suas potencialidades e preferem “patinar”. E se é difícil que esse espírito de dedicação aos sonhos seja exercitado por indivíduos, tanto pior o é para as sociedades.
A sociedade iguaçuana é um exemplo. Nós fizemos a opção por “patinar”. Uma opção que se revela não apenas na política, mas acaba que pela maior exposição dos entes públicos, falamos sempre dessa face social.
Um exemplo recente dessa nossa escolha pelo improviso, do nosso descaso com a excelência, é a satisfação que muitos iguaçuanos manifestaram com uma urbanização das margens de um rio convertido em valão entre os bairros da Chacrinha e Santa Eugênia.
De fato, a aparência do local mudou da água para o vinho. Não há aqui qualquer crítica à obra em si, muito pelo contrário. O que essa manifestação de alegria com a obra revela é que nos damos por satisfeitos com muito pouco.
Não foi apenas uma alegria pontual. Testemunhei muitas manifestações de grande entusiasmo com a obra. Essa desproporcionalidade entre o nosso potencial e a satisfação com o pouco que realizamos é muito triste.
Eu falo isso na primeira pessoa do plural. Eu me incluo. Não estou falando dos outros, estou falando de todos nós, iguaçuanos. A gente quer e se contenta com muito pouco.
Humildade não é coisa ruim, mas onde começa o comodismo e termina a humildade? Abrir mão das nossas potencialidades de ser um local muito melhor para viver, para ganhar dinheiro, para criar os filhos e conviver em sociedade é humildade? Não é.
Não podemos nos contentar com um valão embelezado. Nós podemos e devemos ser muito mais do que isso.